Coluna-Ponto-de-Vista-1

Coluna Giancarlo Bina


VIVA O RÁDIO – PARTE 1

     Desconheço meio de comunicação mais plural e democrático do que o Rádio. Nele cabem, de forma equilibrada, a notícia real, o fato inusitado, a análise subjetiva e a perspectiva contemporânea. É um veículo de massa que agrega todas as classes sociais, sem distinção e, já por isso, converge para a informação dinâmica e sem fronteiras.
     Sou fã do Rádio desde que me conheço por gente, talvez influenciado pela família que sempre teve ligação intensa com o mesmo. Ainda menino, por volta dos 14 anos, fui pego de surpresa quando fui chamado às pressas por meu pai para substituir um repórter, em uma partida decisiva do futsal de nossa cidade. Ele me disse: “Pega o microfone, fala somente sobre os lances e não te complica!”

     E lá fui eu, pernas e voz trêmulas, fazendo intervenções na partida que envolvia Nacional e Palmeiras, semifinal daquele ano. À partir daí, já era...O Rádio tomou conta, é um vício, pois a prática da informação e da comunicação é apaixonante.
     Fiz esta breve introdução porque dia desses, eu e meu amigo Marcel, falávamos a respeito de “pisadas na bola” que muitos de nós damos quando em uma entrevista ou em uma transmissão. Lembro de um livro do jornalista João Bosco Vaz que chegou a ter várias edições, tamanho sucesso, falando sobre os erros em transmissões de Rádio.
     Vou contar uma das minhas: corria o ano de 1990 e fomos com a equipe esportiva da Rádio Batovi, transmitir Grêmio e Palmeiras, em pleno Olímpico Monumental. Era um jogo decisivo de Brasileirão, estádio lotado, mais de 200 profissionais de imprensa na beira do campo, levando a informação para todo Brasil e mundo. Antes do jogo, em meio a conversas, decidi entrevistar o excelente repórter da TV Bandeirantes, Eli Coimbra (em minha cabeça, naquele instante, era o Eli!). Perguntei sobre a expectativa do jogo, sobre como o Palmeiras suportaria a pressão, afinal de contas o Grêmio tinha uma dupla de ataque em alta, Maurício e Nilson, e ele respondeu com muita gentileza todos os questionamentos. Agradeci e, desligado o microfone, ele disse: “Bacana falar contigo, mas eu sou o DATENA.” Aquilo soou em meus ouvidos como um soco do Tyson. Coisas do Rádio.
     Pois é, essa é apenas mais uma de tantas histórias que contamos e ouvimos. Ao longo do ano, vou discorrendo por outras tantas, porque isso é a história do Rádio, feita de verdades, momentos marcantes, fatos e “pisadas na bola”. Talvez por isso haja tamanha aceitação do mesmo em nossas vidas. Viva o Rádio!

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