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Espaço do leitor


Sociedade é casamento sem sexo

Por Soeli de Oliveira

A escolha de sócios ocorre através da identificação de objetivos comuns, aliada a uma relação de confiança nascida muitas vezes na infância, na escola ou no trabalho. Além de possuírem valores semelhantes, o ideal é que os sócios sejam complementares em suas competências e habilidades, de forma que ambos agreguem valor à sociedade.
Ainda assim, todo relacionamento humano está sujeito a conflitos. Os conflitos são mais comuns entre sócios unidos por laços familiares porque as necessidades da família e as do negócio com muita frequência são conflitantes. Mesmo uma sociedade de negócio, em que o objetivo de obter resultados fala mais alto, está sujeita a desentendimentos.
A origem mais comum desses desentendimentos está na falta de uma clara definição de papéis a serem desempenhados por cada um dos sócios e na inexistência da consciência de que quem tem um sócio tem de prestar contas dos seus atos e decisões ao parceiro.  Mas, os maiores problemas ocorrem mesmo na passagem das empresas para as mãos dos herdeiros, pois estes não se escolheram como ocorrera com os fundadores.

Assim como a sociedade normalmente não nos prepara para o casamento ou para criar filhos, o mesmo se sucede com relação à formação de sociedades empresariais. Precisamos aprender a duras penas durante a caminhada, por meio da observação e do aprendizado, através dos acertos e dos erros. E é claro que o maior dos mestres é o fracasso.
Não importa se o setor é indústria, comércio ou serviço, a convivência harmônica entre sócios exige boa capacidade de relacionamento. Uma sociedade empresarial é uma espécie de casamento sem sexo e a sociedade somente se manterá se os envolvidos estiverem abertos para reconhecer as qualidades do parceiro e tiverem disposição para tolerar suas falhas.  O importante é que as qualidades e acertos dos sócios sejam maiores do que suas fraquezas e erros.   
Proprietários em conflito são um mau exemplo para a equipe, já que os líderes ensinam mais pelo exemplo do que por palavras. A contenda entre sócios é uma espécie de aval para a intolerância entre os colaboradores e destes para com os clientes.
Como num casamento a relação entre sócios dura até o ponto em que cada uma das partes está disposta a perdoar a outra.  Alguns ditados populares são ricos em sabedoria, por exemplo: “roupa suja se lava em casa”. “É conversando que a gente se entende”. Sócios em desacordo devem reunir-se às portas fechadas e chegar a um acordo que seja benéfico para todas as partes envolvidas: empresa, clientes, sócios e colaboradores.

Soeli de Oliveira é consultora e palestrante das áreas de marketing, varejo, atendimento e motivação do Instituto Tecnológico de Negócios – e-mail: soeli@sinos.net - Novo Hamburgo – RS.

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