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Chuva e granizo causam grandes perdas na lavoura de São Gabriel e Santa Margarida

As últimas chuvas, somadas a outros fatores climáticos como as altas temperaturas do início do ano, as variações bruscas de temperatura, precipitação de granizo e umidade, responderam por perdas totais estimadas em mais de R$ 30 milhões na agricultura da região de São Gabriel e Santa Margarida do Sul. Os dados foram levantados em reunião na tarde desta quarta-feira, 19 de março, no salão de atos do Sindicato Rural de São Gabriel.
O encontro, dirigido pelo presidente do Sindicato Rural e vice-presidente da Farsul, Tarso Teixeira, teve a presença de produtores rurais como a vice-presidente do Sindicato Roselba Mozzaquatro, do presidente do Poder Legislativo vereador Marcos “Mec” Vieira (PSDB), da Associação dos Arrozeiros Paulo Lederes, da Associação de Sojicultores Rodolfo Gonçalves, da produtora Vânia Predebon, do responsável técnico do Irga, engenheiro agrônomo Marcelo Buss de Marchi e o engenheiro agrícola Luciano Correa Hanemann, o gerente do escritório da Emater Gilberto Souto Meyer e o técnico da Secretaria Municipal da Agricultura, Auri Possatti.
Conforme as estimativas até o momento, o arroz teve perdas de cerca de 1500 hectares, causadas pelo granizo nos dois lados do Rio Vacacaí até a divisa entre São Gabriel e Santa Margarida do Sul, totalizando R$ 4,9 milhões. Outros R$ 5,1 milhões são decorrentes de perda de produtividade no restante da lavoura, por acamamento, temperaturas mais baixas em lavouras mais tardias, semeadas em Dezembro em função do excesso de chuvas de novembro do ano passado.
Com relação à soja, dos 110 mil hectares semeados, que produziriam 4,8 milhões de sacas nesta safra, considera-se a perda de 800 mil sacas, totalizando um prejuízo de R$ 21 milhões na sojicultura. Os prejuízos serão maiores nos 30.000 hectares plantados em áreas de várzea, onde a perda já está estimada em 40% da lavoura. Soma-se ao excesso de chuvas, o ataque das lagartas helicoverpa armigera e a “falsa medideira (Pseudoplusia includens)”, que atingiram a totalidade da lavoura de soja no município, cujo difícil controle elevou o custo de produção do sojicultor em cerca de 15% pelo aumento do uso de agroquímicos, especialmente por aplicação aérea. 
Os dados encaminhados pelo Centro de Pesquisas da Fepagro registraram 480 mm de chuvas em São Gabriel em apenas 35 dias, de 12 de fevereiro a 19 de março, num acúmulo de precipitação quatro vezes superior ao esperado para o período.
Outras culturas, como milheto, sorgo e silvicultura, não tiveram perdas representativas. “Vamos agora apresentar estes dados ao Executivo Municipal para que sejam adotadas as providências relativas à decretação de situação de emergência, para que a economia local minimize o abalo decorrente destas perdas”, assinalou Tarso Teixeira.

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