Coluna-Ponto-de-Vista-1

Textículos do Mário Mercio

Mário Mercio
Escritor, aposentado da SUSEPE e colunista do site


SALIVANDO O ÓDIO
Muitas vezes nos flagramos postando mensagens contrárias a alguma coisa, mesmo a políticos, pessoas, sem sabermos exatamente o que aconteceu. Peito inflamado, achando estarmos fazendo justiça, Quando na verdade estamos fazendo injustiças.
Foi assim que em São Paulo mataram Fabiane, confundiram-na e pensando estarem fazendo justiça mataram uma inocente. Nós, todos os dias fizemos exatamente igual, matamos a dignidade de pessoas, só porque ouvimos falar ou lemos algo. Ontem critiquei o Senador Álvaro Dias, confundi-o pelo Sen. Requião que foi contra o nosso projeto de porte de arma. Depois fui corrigido por um colega e me desculpei. Mas quantos leram e ficaram com raiva do Sen. Álvaro?
Vejo exemplo todos os dias nas redes sociais alguém dizendo que “ladrão bom é ladrão morto”, outros se dizem a favor da pena de morte e ainda completam que “direitos Humanos é coisa de criminosos”, e mais recentemente: “Somos todos macacos”, o que pode ser mais genérico e mais abstrato do que essas afirmações?
E assim vamos generalizando tudo e acabamos deixando de garantir direito a quem os tem.
Vamos linchando todos. Leio seguidamente que é uma injustiça preso receber auxílio reclusão. Até um deputado falou isso na TV. Ora preso não recebe nada. Quem recebe é seu filho (s), é um direito do trabalhador. Se ele está preso não é problema do filho ou da família. Se ele tinha este direito, como trabalhador, que receba então. A maioria dos apenados não recebem auxílio reclusão, simplesmente porque não trabalhavam antes da prisão.
Agimos por um impulso de vingança, por nos achar melhor do que outros. Acabamos matando inocentes sumariamente, com palavras fizemos nossa sentença. São convicções levianas-- nos diz o policial Geverson Ferrari, num trecho de seu artigo ao VS, sobre Direitos Humanos.
Sem a justiça adequada matamos a lógica e, ao mata-la, matamos todos os dias Fabianes e matamos um pouco de nós mesmos quando negamos direito a outros semelhantes.
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