Coluna-Ponto-de-Vista-1

Textículos do Mário Mércio

Mário Mércio
Escritor e colunista do site

O MISTÉRIO DA RUA DO CHAPÉU 
(Em S.Gabriel-RS)
Estava certa tarde na casa de um amigo na rua Celestino Cavalheiro, na altura dos fundos da Santa Casa de Caridade e entre uma conversa e outra as horas passaram e anoiteceu. O mate rolava, depois veio um carreteiro molhadinho e um bom vinho. Quando me dei conta já era quase meia noite. Como era perto de minha casa, que ficava na Tristão Pinto, quase fundos com a casa dos pais do Negrinho Machado, nosso cantor, eu estava a pé e facilmente caminharia os 300 metros que me distanciava. De repente a luz de um poste piscou, assim como anunciando que apagaria. Apressei os passos, pois não era bom andar na Rua do Chapéu no escuro. Naquela época, idos de 1962, eu estava com meus 17 anos e já tinha me alistado na 13ª.Cia Com, onde servi no ano seguinte. Ao apressar o passo, resoluto, observei primeiro que não havia ninguém na rua e olhando para os lados constatei isso, mas... De repente, observei um pequeno ser, menor que um anãozinho, muito magro, com uma mão maior que a minha e enormes dedos, que saía de trás do poste à minha frente, à direita, antes da casa do Negrinho. Tudo foi muito rápido, mas na minha análise de segundos, constatei que quando ele tocava aquela enorme mão no poste, a luz apagava, quando tirava a mão, a luz acendia novamente.
Passei bem ao lado do estranho ser e desconfiado, sem mostrar medo, mas tomado dele, acelerei mais o passo, deixando-o para trás. Tinha mais dois postes antes de entrar na rua Cel.Tristão Pinto e em cada um deles pude ver o mesmo serzinho sair de trás do poste e agir do mesmo modo, acendendo e apagando a luz, como estivesse brincando. Como bom católico, na época até cantava no coro da igreja, fiz o sinal da cruz e observei esperançoso, que com este gesto tão simples, o ser estranho e brincalhão desapareceu, como por magia. Até hoje, quando lembro esse fato curioso, não acho uma explicação satisfatória ou mesmo razoável e fico me perguntando o que seria aquilo? Quando contei para meus amigos e parentes, acharam que eu estava brincando e levaram tudo como criação minha, rindo de mim. Resolvi guardar este segredo que já fazem mais de 47 anos. Não sei não, será?
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