Coluna-Ponto-de-Vista-1

Feiras do interior: a reação do Agronegócio

Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul

A Primavera chega, e com ela um ciclo promissor renova esperanças em meio à crise econômica que aflige diversos setores da economia e já causa assombro também no agronegócio. A partir deste mês de outubro, transcorrem em todo o Rio Grande do Sul, uma série de exposições-feira agropecuária em diversos municípios. O ciclo é inaugurado oficialmente pela Expointer,em Esteio, quando são oficialmente anunciadas as feiras que irão transcorrer por todo o Interior gaúcho.
Apesar do cenário recessivo e dos desastres da macro-economia nacional, o produtor rural tem razões de sobra para ter expectativas mais que positivas neste novo ciclo que se inaugura. Nas feiras rurais, a cada ano, os municípios e localidades concentram o melhor de suas potencialidades, reunindo a excelência de seu agronegócio. Nestas ocasiões, mesmo em cenários de crise, o produtor se esforça para apresentar o resultado de seus investimentos ao longo do ano, e portanto, qualidade não deixará de estar presente.
E se o cenário é desfavorável no campo da macro-economia, nas feiras ligadas à pecuária o cenário é bastante distinto. O setor ainda apresenta grande vitalidade, o que é comprovado pela oferta de financiamento bancário, que não diminuiu nas feiras apesar da crise. Enquanto o setor imobiliário e industrial se ressente dos bancos terem fechado a mão, as feiras do interior ainda contam com linhas especiais de crédito oferecidas pelas agências, o que é uma prova da capacidade e confiabilidade do setor.
Isso não significa que não haja problemas, e por sinal, bastante sérios. O prometido aumento de carga tributária é, sem dúvida, o principal entrave à superação da crise. Na esfera federal, a CIDE prometendo incidir na gasolina e óleo de máquinas agrícolas; no Estado, o ICMS encarecendo todo produto final ao consumidor; e em certos municípios, o “olho grande” em cima do ITR, tributando com base em valor de mercado em vez do Valor de Terra Nua, como diz a legislação. Mas as feiras, podem ser justamente ocasiões para que o campo se organize e manifeste, através de sua força econômica, sua indignação com a injustiça tributária, filha da incompetência e da má gestão.
Que cada rincão celebre, com alegria, as Feiras da Primavera. De São Gabriel, nós, que neste ano de 2015 celebramos os 95 anos da histórica Associação Rural Gabrielense e 50 anos de sua transformação em Sindicato Rural, mandamos nosso abraço a cabanheiros e expositores de todas as feiras do Estado, estes gigantes responsáveis por tudo o que o campo significa para o Rio Grande.
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