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Prefeito Roque é investigado por suposto desvio de R$ 300 mil na Santa Casa. Ele diz que isso é perseguição política da oposição

A Polícia Federal (PF) de Santana do Livramento concluiu o inquérito que investigava um caso de suposto desvio de recursos do Hospital Santa Casa de Caridade de São Gabriel, na Fronteira Oeste. Cerca de R$ 300 mil teriam sido desviados entre 2004 e 2012.

Conforme o delegado Fernando Caldas Bivar Neto, não é possível apontar qual foi a conclusão do inquérito que foi encaminhado ao Ministério Público Federal (PRF) nesta quarta-feira. A determinação é do Tribunal Região Federal da 4ª Região (TRF4), pois um dos investigados é uma autoridade política em atividade, ou seja, tem foro privilegiado. Além disso, como a investigação é sobre desvio de verba federal, o processo tramita em sigilo.
Fontes consultadas pela reportagem da Rádio Gaúcha confirmam que o investigado é o atual prefeito do município de São Gabriel, Roque Montagner (PT). O período em que teria havido desvio de recursos seria o mesmo em que o atual prefeito era provedor da Santa Casa. O prefeito nega que tenha havido desvio de recursos e explica.
– Eu não tenho conhecimento de desvio de recurso nenhum. O que possivelmente possa ter acontecido ao hospital foi por necessidade de promover algumas despesas, e essas despesas que foram feitas, foram através de recibos de autorização de pagamento. E uma funcionária, que fazia o fluxo de caixa, por negligência, não cumpriu a função dela, deixando de encaminhar esses recibos para serem contabilizados. A única coisa que existe é isso aí. Não houve desvio de recursos e não houve pagamentos indevidos – declara o prefeito.

Cinco são investigados
Além do prefeito, outras quatro pessoas são investigadas. Duas delas ocupavam cargos dentro do hospital na época.
O fato veio à tona após denúncia de uma ex-funcionária, mencionada pelo prefeito, que tinha conhecimento do esquema e foi demitida. Apuração dá conta de que uma colaboradora do hospital também teve participação além dela. Outros dois integrantes seriam de Alegrete. Nenhum teve a identidade divulgada. Um dos colaboradores era responsável por efetuar os depósitos em contas (o desvio de fato), um segundo intermediava e o terceiro geria os recursos. Ainda não se sabe o papel das duas últimas pessoas no esquema.
O prefeito alega que o caso é perseguição política da oposição:
– Essa é a verdade e o resto é pura denúncia. Até porque, ocupo um cargo de relevância no município, sou prefeito, e tenho uma oposição que quer denegrir a imagem de bom administrador do prefeito.
O hospital tem atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) prejudicados devido à falta de repasses por parte do governo. A instituição atende 8 mil pacientes por mês em quatro especialidades mais urgência e emergência.

Atual direção do hospital solicitou auditoria
A denúncia motivou o provedor do hospital, Luiz Carlos Venturini Dotto, a contratar a empresa Pohlmann Consultores Associados, de Santa Maria, para fazer uma auditoria nas contas do hospital em busca das irregularidades. O documento foi entregue pela direção da Santa Casa ao Ministério Público Estadual (MPE) de São Gabriel, que o encaminhou ao MPE em Porto Alegre. Dotto preferiu não falar sobre o que a auditoria apontou, deixando a responsabilidade a cargo do MPE. Como a investigação tramita em sigilo, não foi possível passar detalhes. O documento também foi utilizado pela PF.
A PF, quando instaurou o inquérito eu julho do ano passado, apontou que houve indícios de irregularidades.
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