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Em São Gabriel, primeiro escalão é formado 40% por mulheres

Ser homem ou mulher não deveria ser um critério objetivo na escolha de um ministro de Estado, secretário estadual ou municipal. O portal de notícia Spotniks destacou no início desta semana uma reportagem que revela a participação da mulher na política brasileira. O foco acabou sendo a formação do primeiro escalão do governo do presidente interino Michel Temer. O texto sugere que ministros em países democráticos devem ser escolhidos por suas aptidões técnicas e políticas. A eles, a única tarefa que importa é dar um rumo estratégico às áreas de interesse do país, independente de pormenores como cor de pele, religião, sotaque ou opção sexual.
Quando Michel Temer, no entanto, anunciou a composição ministerial de seu governo sem uma única presença feminina, pela primeira vez, desde o governo de Ernesto Geisel (1974-1979), as mulheres não figuraram entre os personagens principais. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta sexta-feira (13/05) que o governo Temer terá mulheres em secretarias, postos "com as mesmas atribuições" de ministérios, segundo ele.
O site conclui a reportagem analisando que a exclusão "delas" na composição ministerial, sem qualquer razão aparente, acaba expondo uma falha grave de diálogo do governo com parte considerável da população. Assim, o erro de Temer é técnico e político.
Na contramão, o Governo Municipal de São Gabriel tem nas mulheres alguns de seus personagens principais. Das 16 pastas administrativas, em sete delas o comando está nas mãos da ala feminina: Branca Wiesel, Secretaria de Educação; Paula Marques, Secretaria de Serviços Urbanos; Lilia Martins, Secretaria de Desenvolvimento Social; Patrícia Biscaglia, Secretaria de Gestão e Relações Comunitária; Tani Vieira, Secretaria de Planejamento; Andréia Herrmann, Secretaria de Obras e Urbanismo; e Procuradoria Jurídica, Carla Cauduro.
O Governo Municipal ainda tem as titulares das pastas de Turismo, Maria Luiza Bragança Ferreira, e de Educação, Nilvanês Jobim, que deixaram o governo porque pretendem participar do Pleito Municipal.
A secretária de Gestão e Relações Comunitárias, professora Patrícia Biscaglia Pozzatti, é uma das peças responsáveis por promover o bom desempenho das Pastas Municipal e fortalecer os laços de integração com a comunidade, tornando transparente a máquina administrativa com a participação popular.
"Nesta gestão, foi criada Coordenadoria Municipal da Mulher e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, órgãos importantes para a articulação, coordenação, planejamento e execução de políticas públicas sob a ótica de gênero. Isso demonstra a percepção inclusiva e de direitos do prefeito Roque", argumenta a secretária.
O prefeito Roque Montagner disse que o profissionalismo das secretárias municipais que integram o Governo justifica a nomeação de cada uma. No entanto, a proposta de tornar mais humano e sociável (fator predominante na ação da mulher) o trato com o funcionalismo e a sociedade é uma das características consideradas essenciais pelo prefeito.
"Elas desempenham suas funções no serviço público de um jeito singular: uma mistura de profissionalismo e amor", comenta.
A participação da mulher na gestão pública, em São Gabriel, ganha amplitude com a participação de lideranças que atuam no Movimento Comunitário. Um dos exemplos é a dirigente da Associação de Moradores da Vila Camita, Marlene Figueiredo dos Santos. Ela, que também é líder da Pastoral da Criança, foi uma das delegadas estaduais da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (4ª CNPM), realizada de 10 a 12, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e representou São Gabriel no evento.
Não permitir retrocessos. Com esse lema, cerca sete mil mulheres de todo Brasil reuniram-se para debater avanços relacionados aos direitos das mulheres e fazer um diagnóstico das conquistas obtidas nos últimos anos. Como resultado, foram feitas recomendações para o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM).
"A Conferência foi importante para impulsionar, de forma definitiva, a construção de um Brasil mais justo, desenvolvido, participativo e de igualdade entre homens e mulheres. Debatemos questões como direitos iguais no mercado de trabalho e na política", afirmou a gabrielense.
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