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Alunos do Sodré registram a história do Assentamento Guajuviras

Projeto desenvolvido por alunos do 4º ano da Escola Municipal Ensino Fundamental Maria Manoela da Cunha Teixeira, no Azevedo Sodré, vem resgatando a história do Assentamento Guajuviras. Instituído nas ações práticas da professora Larissa Catarina Gräff de Mello com os estudantes, a proposta tem como filosofia fundamentar as atividades na formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade, explica a educadora. "Ficou claro que embora a comunidade escolar tenha se formado em torno do assentamento, muitos não conhecem a verdadeira história da sua formação". Por um período de dois meses foi feita a coleta de dados através de aplicações de questionários, entrevistas, fotos, reportagens de jornais antigas e recentes sobre o assentamento. "Durante as conversas, a história foi sendo reconstruída", disse a professora.
Na semana passada o resultado dos trabalhos foi apresentado para dirigentes da Secretaria Municipal de Educação (SEME) e para a comunidade escolar. O material produzido sobre o assentamento foi entregue ao presidente da Associação de Moradores do Guajuviras e uma cópia para a biblioteca da escola. De acordo com a idealizadora, o projeto revela a proposta articular a escola com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a instituição, segundo o que consta em seu Projeto Político Pedagógico. “Os alunos tinham curiosidade em conhecer a história do Assentamento Guajuviras. Não sabiam nem o que era ser um assentado. A turma possui oito alunos, desses três moram no assentamento e cinco em fazendas próximas à escola e não sabiam que a mesma estava inserida em uma comunidade de muita luta e conquista”.
SAIBA MAIS - O assentamento existe há 18 anos e não há nada escrito sobre a sua história. “Com isso não é possível relatar, contar, ensinar aos alunos sobre o Assentamento Guajuviras e por esse motivo justifica-se a escolha do tema”, argumenta a professora. Os alunos muito empolgados iniciaram listando tudo o que queriam saber sobre o Assentamento Guajuviras: Por que chama-se Guajuviras? Como foram feitas as casas? O que era antes do assentamento? Como os assentados vieram para o assentamento? Eles que escolheram? Como era o assentamento quando iniciou? O que mudou? Sempre existiu a escola no assentamento? Transporte escolar sempre existiu? Quem foram os primeiros moradores? Quem teve a ideia de montar o assentamento? Qual o número de famílias assentadas e quantos hectares cada uma ganhou? O que é produzido no assentamento? Como é a água? Como era a rede de esgoto?
O diálogo trouxe as respostas aos poucos. A maioria das dúvidas foi esclarecida pelos próprios moradores. Hoje, 55 famílias residem no local e apenas quatro lotes estão desocupados. Primeiro assentamento de São Gabriel o Guajuviras se formou nas terras da antiga Fazenda Guajuviras vendida em 1996 para o INCRA. Os primeiros assentados vieram de Camaquã onde estavam acampados. A notícia oficial que viriam para São Gabriel foi dada no dia 7 de setembro, originando o nome do assentamento: Independência. A nomenclatura não vingou e os assentados acabaram adotando o nome da fazenda: Guajuviras.
A metade dos assentados de Camaquã acabou indo embora porque não se adaptou. Então vieram famílias de Catuípe, Eldorado do Sul, Cacequi, Novo Hamburgo, Canguçu, São Sepé, Bagé, Piratini e de São Gabriel. Hoje são produzidos no assentamento: aipim, amendoim, arroz, batata doce e inglesa, cana, feijão, hortaliças, laranja, mandioca, melancia, melão, milho, moranga, pêssego, soja entre outros.
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