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Inovação na educação: Trazer a comunidade para dentro da escola é a formula de sucesso da Escola Ferraz Neto

Sabe quando a gente faz algo certo e senti que esse é o caminho a ser seguido? Pois bem. A direção da Escola Municipal Ferraz Neto, no Bairro Bom, vive essa realidade. A instituição deu um salto em qualidade nos últimos anos. E não estamos falando apenas no protagonismo do ensino em sala de aula. O Educandário fortaleceu um elo, que para o desenvolvimento da educação é essencial: trata-se da relação entre comunidade e escola.
Com 140 alunos, a instituição de ensino é o braço forte do Bairro Bom Fim. E para quem pensa que os estudantes querem se distanciar (visando escolas maiores e centrais de São Gabriel), se engana. “Quem deixou a Ferraz Neto (pessoas que tiveram que sair da cidade por motivos particulares) fala muito bem da instituição. Isso faz com que a escola crie uma relação de carinho com a comunidade”, explica a diretora Luciane da Silva Oliveira. 
Exemplo disso é a quantidade de alunos na fila de espera. Se existe um problema, hoje, é a falta de espaços para atender uma demanda muito grande de candidatos às vagas que abrem anualmente, uma vez que a instituição trabalha com o ensinamento de estudantes até o 8º Ano.
Neste contexto, Projetos – como Programa Mais Educação – desenvolvido com alunos em horário inverso ao de sala de aula, demonstram a importância do educandário no desenvolvimento da personalidade do aluno. Até o mês passado, a instituição oferecia oficinas de Karatê, Capoeira, Violão, Dança, Acompanhamento Pedagógico e Teatro. 
A Banda Fanfarra, também inserida no Programa Mais Educação, é a que mais mobiliza os alunos. De acordo com a coordenadora do Programa, professora Tanise Nunes Oliveira, é uma única das modalidades que reúne todos os estudantes que integram as demais áreas assistidas. O responsável é o professor Robson Moraes. 
No esporte, as aulas de Capoeira, com a professora Fernanda Fialho, e as de Karatê, com o professor Magno Fagundes, são as mais disputadas. Em média, são 60 alunos integrantes divididos em várias faixas de idade.
Manter o aluno integrado ao ambiente escolar, mesmo depois do período normal, tem refletido em melhor desempenho em sala de aula e na comunicação e socialização dele com os colegas e professores. A diretora destaca um aluno, de 11 anos, que participa do Programa Mais Educação há três anos. “Ele tinha problema de relacionamento com os colegas. As dificuldades aconteciam principalmente no horário de recreio. As aulas de karatê, com a disciplina aplicada, mudaram esse comportamento”, avalia a diretora.
Apesar dos resultados positivos com o Mais Educação, o Programa não está garantido para o próximo ano. Hoje, a instituição tem ainda metade do recurso previsto para 2015 para ser liberado pelo Ministério da Educação. 
Se continuar, vai ser ótimo. Se parar, a direção tem as suas alternativas caseiras. Projetos desenvolvidos pela própria instituição, como escolas de futebol e vôlei, já trabalham as crianças nos anos iniciais e são aplicados na preparação dos estudantes para a disputa da principal competição esportiva escolar: o Jincop.
Por isso a Ferraz Neto participa apenas com equipes Mirim e Pré-Mirim, “pois temos dificuldades para formar outras equipes e então optamos por trabalhar as nossas crianças. Ainda não conquistamos nenhum título, mas vamos chegar lá”, brinca a diretora.
O processo de inclusão também é um sucesso. A Escola tem sete alunos com deficiências e um deles (Rinália Santos) chegou a ser pauta de reportagem sobre tema, pois se destaca em atividades extraclasses e é integrante da Invernada Artística do CTG Lenços Brancos do Bom Fim.
Para atender melhor os alunos com dificuldades físicas, psicológicas e intelectuais a escola disponibiliza aulas de Acompanhamento Pedagógico com dois monitores (Hélio Bones e Diane Macedo) e uma Sala de Recursos, que trabalha as dificuldades individuais de cada aluno especial com duas sessões semanais coordenadas pela professora Carmem Weber.
“A inclusão mostra resultados principalmente entre os colegas. Todos querem auxiliar o que têm dificuldades. A sociabilidade é melhor. Os colegas se preocupam e se responsabilizam por eles. Todos querem auxiliar a empurrar a cadeira de roda (citando um caso)”, fala a diretora.
A democratização faz parte da maneira de administrar a escola. Todas as decisões, assim como prestações de contas, são assumidas após reunião com os responsáveis pelo Círculo de Pais e Mestres.

ENCERRAMENTO DO ANO:

Peças teatrais e uma palestra com a professora Maria de Lourdes sobre a cultura afro encerraram extraoficialmente, na semana passada, o ano de atividades do Programa Mais Escola. As ações foram centralizadas na sexta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, com apresentação de alunos da oficina de capoeira e participação do Grupo Oxóssi. O encerramento oficial do Programa acontecerá na próxima quinta-feira (03/12) com a troca de faixas de alunos da oficina de karatê e lutas combinadas. O evento inicia às 9 horas.
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