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Santa Casa prepara programação especial alusivas aos seus 155 anos



Na próxima quinta-fera, 15, a Provedoria da Santa Casa de Caridade de São Gabriel estará realizando uma programação alusiva aos 155 anos de fundação da Instituição. Segundo o provedor Roque Montagner, trata-se de um Café de Confraternização com o Provedor, aniversariantes do mês e convidados especiais, a partir das 16h30min, tendo por local o Salão Nobre da Santa. Casa.
Montagner destaca que a Sta. Casa de São Gabriel é a 4ª Sta. Casa mais antiga do Estado, e sua fundação é de origem Portuguesa.”No Rio Grande do Sul existem apenas 16 Stas. Casas e todas localizadas  na região Fronteira-Sul metade do Estado, em razão de acordos e tratados do Governo Imperial e em virtude da Metade Sul do RS ser de domínio Português, pois a outra metade era de domínio Espanhol”, afirmou o provedor.

A história da Sta. Casa perpetua-se no livro  “São Gabriel na História do historiador Osório Santana Figueiredo. Segundo ele, a Instituição nasceu do espírito de solidariedade humana e do sentimento fraterno de uma plêiade de amigos da terra e de gabrielenses humanísticos que marcaram sua existência com grandiosidade em suas almas.  Frente a este grupo sobressaía-se a figura ímpar do Dr. Jonathas Abbott, baiano de nascimento e ardoroso gabrielense por adoção.  Seguiam-lhe a ideia, os beneméritos cidadãos Francisco Rodrigues Dias Ramos, Julião Antônio Garcia, Antônio Arranca Pedras e outros, que além do apoio moral, colaboraram com elevadas somas em dinheiro para dar início as obras.
O terreno para a construção da Sta. Casa foi doado por Francisco Rodrigues Dias Ramos, em 15 de abril de 1855, oportunizando o lançamento simbólico da Pedra Fundamental do Edifício que se chamou Santa Casa de Misericórdia, sob a invocação da Nossa Senhora da Conceição.
Figueiredo também destaca que após as dificuldades iniciais, inaugurava-se a 27 de setembro de 1862 a primeira parte do edifício, dando início as atividades hospitalares.  A primeira Mesa Administrativa escolhida para dirigir a Instituição era constituída dos seguintes nomes: Provedor Julião Antônio Garcia, Escrivão Dr. Jonathas Abbott Filho, Escrivão Interino Francisco Rodrigues Dias Ramos, Tesoureiro Emiliano Antônio Garcia e Procurador Gervásio de Carvalho Farinha.  A Santa Casa, guarda em seus registros, um lamentável episódio ocorrido em janeiro de 1894 – durante a Revolução Federalista de 1893 - quando os ódios e vinditas campeavam por toda a parte, e o lugar mais seguro contra as investidas assassinas da época era estar incorporado às tropas
em operação, pois nem velhos ou crianças escapavam da fúria insana dos matadores profissionais. Naquela época a própria Santa Casa não escapou da onda dos crimes desta odienta revolução, pois na noite de 4 de janeiro de 1894, as enfermarias da Sta. Casa foram invadidas por um grupo de guerrilheiros, sob o comando do Major Nascimento, arrancando um infeliz enfermo de sua cama e arrastando-o até o recinto da Viação Férrea, onde o degolaram, ficando como marco deste barbarismo, uma ermida, ainda existente no bairro da Riveira.
O rapaz que chamava-se Ramão Rodrigues, contava apenas com 24 anos de idade e era natural da República do Uruguai.
Já em 21 de julho de 1898, em sessão solene realizada no consistório da Igreja Matriz, o Cemitério local foi transferido da extinta Irmandade do Santíssimo Sacramento e Anjo Gabriel, para a Irmandade da Santa Casa de Caridade, que passou a conservá-lo, preservando seus valores históricos, onde alguns mausoléus despertam a atenção, pela riqueza de suas arquiteturas.

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