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Coordenador do Processo Seletivo da UNIPAMPA fala sobre o ENEM

O professor Carlos Gonçalves Dilli, do Campus Alegrete participou de programa de debates na Rádio Gaúcha na terça-feira, 9 de novembro. O coordenador do Processo Seletivo da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) falou sobre o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no processo de seleção de novos alunos para a Universidade. 
Em participação presencial do programa Polêmica da Rádio Gaúcha, comandado pelo comunicador Lauro Quadros, o professor Dilli disse que para a Universidade o ENEM é a principal via de ingresso de novos alunos desde 2009, e que a adoção do exame como etapa inicial do processo seletivo trouxe benefícios à instituição e ao sistema federal de ensino. Ele participou do debate ao lado de outros educadores, e também informou que a Universidade, que se distribui em dez campus na Fronteira Oeste e na Metade Sul do Rio Grande Sul, oferecerá 2.745 vagas em 53 cursos de graduação no próximo processo seletivo, em 2011. 
Segundo o coordenador, 24% dos alunos que ingressaram na UNIPAMPA em 2010 vieram de outros estados da federação, confirmando o favorecimento da mobilidade estudantil, antes quase inexistente no Brasil. O professor do Campus Alegrete também argumentou que o exame favorece a democratização do acesso ao ensino superior, por não exigir que os candidatos se desloquem para responder a prova, e permite que se escolha uma instituição em qualquer unidade da federação. Outra prova da força conferida pelo governo à ferramenta é o fato de 87 instituições federais de ensino, entre universidades e institutos tecnológicos, definirem a nota do ENEM como válida para ingresso. No que se refere aos problemas na montagem e na aplicação da prova, Dilli observou que são erros técnicos, que podem ocorrer em qualquer processo e que estão sendo apurados pelo MEC. Ele concordou com uma das opiniões recorrentes durante o debate: que o ENEM deve ser aprimorado. 
Para o coordenador do processo seletivo da UNIPAMPA, o uso do ENEM como processo de seleção e avaliação é irreversível, na linha de sistemas amplos já empregados em outros países, como o SAT nos Estados Unidos. Dilli lembrou que o exame surgiu em 1998 como ferramenta de avaliação, então com 100 mil inscritos. O advento do Prouni, que permite o uso da nota do exame para o preenchimento de uma parcela das vagas nas universidades particulares, impulsionou o incremento da relevância do ENEM. Em 2009, as universidades federais adotaram o exame para seus processos seletivos, ampliando ainda mais a participação para chegar aos cerca de 4,6 milhões de inscritos - destes, 3,3 milhões de candidatos prestaram o exame nos dias 6 e 7 de novembro. 
- O ENEM foi se revestindo de importância. A prova faz uma estruturação de todo o ensino, de modo democrático. Talvez tenha havido um excesso de zelo em função dos problemas ocorridos em 2009 – ponderou o professor. 
Dilli também relatou que a metodologia de construção das provas do ENEM permite que se faça a equalização da dificuldade da prova, o que favoreceria a aplicação do exame para a parcela de candidatos prejudicados. Em sua manifestação no final do programa Polêmica, ele reforçou o argumento de que o ENEM, na opinião de estudantes e de professores, é a ferramenta mais importante para democratizar o acesso às universidades, por ter promovido economia de recursos dos candidatos e mudado o paradigma do acesso ao ensino superior público e privado. O professor também disse que se deve isolar os problemas, para fazer uma análise mais criteriosa para averiguar os pontos onde ocorreram os erros. 
Além da participação no programa de rádio, a opinião do coordenador também constou em nota publicada no jornal Zero Hora de 10 de novembro, em box na página 31 do caderno principal, que reuniu manifestações das universidades federais gaúchas sobre os recentes problemas apontados na montagem e na aplicação das provas. A resposta completa do professor enviada ao jornal dizia que a parcela de provas com erros, diante do universo de candidatos que prestaram o exame, é pequena e perfeitamente contornável pelo MEC, e que os problemas já estavam sendo tratados pelas equipes do Ministério. A nota repassada informava também que a UNIPAMPA vai usar o ENEM através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), em fase única. A data prevista para a abertura do sistema é na segunda quinzena de janeiro de 2011. 

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