Dia decisivo para o futuro da água em São Gabriel

Hoje, às 9h, uma sessão extraordinária na Câmara de Vereadores votará, na prática, autorização para o município licitar o serviço de abastecimento de água e saneamento em São Gabriel.

Em razão do contrato com a Corsan estar vencido desde março de 2009, urge que os vereadores referendem a iniciativa do Executivo Municipal em possibilitar a licitação para que uma empresa possa operar o sistema, que ainda é operado pela Corsan, mesmo não tendo mais contrato. Diga-se de passagem, em todo o período em que a Corsan esteve à frente dos serviços não mais que 15% do esgoto de São Gabriel foi canalizado e tratado. É o mesmo que nada.
Seguindo o que diz a lei 11.445, a Prefeitura confeccionou um Plano de Saneamento que vem a ser um Plano Diretor para o setor no município.
“É necessário a realização do plano para que possamos oferecer um melhor serviço para a nossa comunidade”, ressaltou.
Conforme destacou ainda o Prefeito Rossano Gonçalves, em entrevista às rádios locais na manhã de ontem, seriam necessários R$ 100 milhões para melhorias e ampliação dos serviços de distribuição de água e esgotamento sanitário no perímetro urbano do município, além de outras ações.

Rossano também destacou que muitas pessoas estão fazendo uso político do fato, o que segundo ele, só trará prejuízos à comunidade.
“É bom a comunidade ficar atenta, pois quem votar contra o plano, está votando contra os habitantes da cidade, contra o progresso do município, contra a saúde, enfim, contra São Gabriel. O que se quer com o Plano, é oferecer o serviço com tarifas mais justas e com obras adequadas em acordo ao que é exigido pela legislação e pelas diretrizes de saúde. O projeto é a favor do cidadão, que sofre com a falta d´água, com o constante risco de saúde”, concluiu.


RECLAMAÇÕES E MAIS RECLAMAÇÕES
Nos últimos meses, a Corsan vem sendo alvo de reclamações da comunidade gabrielense, ao efetuar manutenção da rede de água, com buracos abertos nas principais ruas da cidade, causando por diversas ocasiões transtornos para o trânsito.
Em outros municípios, como Santa Maria, por exemplo, a Prefeitura está prestes a romper o contrato com a estatal em face de problemas no abastecimento.
“O pior é que aqui, abrem o buraco e não fecham. No ano passado, por quatro vezes, uma cratera de 20 metros de diâmetro foi aberta pela Corsan em frente à prefeitura, dias a fio”, lamentou.

Prefeito Rossano durante participação em Seminário

A preocupação com a qualidade dos serviços da Companhia é geral. Em dezembro, durante o Seminário Estadual de Saneamento, prefeitos de 250 cidades que recebem o serviço da Corsan, o assunto era apenas um: a insatisfação com a falta de investimentos adequados.
MUNICÍPIOS GAÚCHOS JÁ COLHEM OS FRUTOS DA MUDANÇA
Em Uruguaiana, uma recente licitação para o serviço de abastecimento d’água e saneamento contemplou a empresa Consórcio Foz. Com isso, serão investidos no município R$ 160 milhões. Mesmo com contestações – similares as ocorridas em nossa cidade – a empresa anunciou que baixará a tarifa da água em mais de 14%, se comparados aos valores cobrados pela Corsan.
Já em Novo Hamburgo, no início dos anos 90, uma mobilização deu origem à Companhia Municipal de Saneamento (COMUSA) devido a problemas gerados pelo abastecimento feito pela Corsan. Atualmente, a tarifa cobrada é bem mais barata e o serviço melhorou.
SECRETÁRIO ESTADUAL DÁ RAZÃO AOS MUNICÍPIOS
O Secretário Estadual de Habitação e Saneamento, Marcel Frison, em entrevista ao Jornal do Comércio de ontem ressaltou que os prefeitos têm razão em reclamar da estatal.
“Tem razão os prefeitos quando reclamam que o serviço é precário. A Corsan foi desmontada”, explicou ao jornal da Capital.