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Polêmica: Rossano fala sobre eventual intervenção na Santa Casa. Rômulo Farias diz que tem que fazer intervenção é na Prefeitura

Rossano: "Apesar de todo o marketing em torno da pessoa
do provedor, a gestão é temerária"
Em uma rodada de entrevistas às emissoras de rádio na manhã desta segunda-feira, 7, o Prefeito Rossano Gonçalves falou sobre o tema de uma eventual intervenção na Irmandade Santa Casa de Caridade, conforme nota oficial expedida pelo Executivo na semana passada. Segundo Rossano, de fato a prefeitura está estudando os aspectos jurídicos e técnicos do assunto, com a intenção de melhorar o atendimento à comunidade gabrielense. “A Santa Casa recebe R$ 2,3 milhões por ano da prefeitura, e não vemos uma boa contrapartida na prestação de serviços à comunidade”, salientou. 
Nas entrevistas, o prefeito ressaltou que a má avaliação popular do serviço prestado no Pronto Atendimento 24 Horas é apenas um dos aspectos que determinaram a realização de tais estudos. “Apesar de todo o marketing em torno da pessoa do provedor, a gestão do hospital é temerária, com dívidas que podem inviabilizar seu funcionamento no futuro”, afirmou. 
De acordo com dados que estão disponíveis no site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o prefeito destacou que a Santa Casa possui dívidas altíssimas com empresas como a AES Sul, Corsan e outros fornecedores de insumos hospitalares, mas que consegue continuar recebendo serviços e produtos destas empresas através de liminares concedidas pela Justiça. “Há, por exemplo, quatro processos de execução da White Martins, empresa que fornece oxigênio. Trata-se de uma gestão escorada em liminares. O dia que qualquer uma delas for revogada, as dívidas terão que ser pagas, e o hospital pode fechar as portas”, observou, dizendo que não pretende que isso ocorra. 
O prefeito também rechaçou as declarações do provedor, que em entrevista a jornais da cidade desqualificou os serviços prestados pelo Município nos postos de saúde. “Os médicos que atuam nos postos de saúde são rigorosamente os mesmos que atuam na Santa Casa. Ao fazer esta afirmação, o provedor ofende seu próprio corpo clínico e demonstra sua forma de atuação”, assinalou, rejeitando também as insinuações de que a medida teria caráter político. “Se a questão fosse puramente política, pelo fato de o provedor pertencer a outra sigla partidária, bastava simplesmente cancelar o convênio, e em nenhum momento cogitamos disso. Na verdade, se houver uma sensível melhora na gestão, podemos continuar avançando nas parcerias. O que não pode é receber recursos públicos de tamanha expressão para prestar um serviço aquém da necessidade das pessoas”, assinalou. 
O Prefeito ainda falou sobre as obras do programa "Minha Casa, minha vida" quando serão construídos 600 apartamentos e ainda desafiou o Vereador Rômulo Farias a realmente ir a pé a Bagé, pois este disse que assim o faria caso os apartamentos ficassem prontos.

A RESPOSTA VEIO À NOITE

Rômulo: "A Prefeitura sim que tinha que receber intervenção"
Durante a sessão da Câmara de Vereadores, o assunto "Santa Casa" veio à tona, principalmente nos acalorados debates entre os vereadores Paulo Sérgio Barros da Silva (Nenê), Antonio Devair Moreira (Beka), por parte da situação, e Rômulo Farias e Cilon Lisoski, por parte da oposição.
Em meio aos debates, Rômulo declarou que a Prefeitura sim que deveria sim receber intervenção. "Eles não conseguem cuidar dos postos de saúde e ainda querem intervir na Santa Casa. Isto sim, Santa Casa, pois o prefeito foi bem claro, não disse P.A. A Câmara deveria intervir na Prefeitura e o Sr. assumir a Prefeitura", disse ao Presidente do Poder Legislativo, Carlos Alberto Mac Cord Lannes (Cacaio).
A polêmica declarou de Rômulo em sessões anteriores sobre uma possível ida a Bagé também foi posta a prova e o vereador declarou: "Iria sim a Bagé a pé, como aliás já fiz, mas em relação a isso ficou bem tranquilo, pois o prefeito não consegue entregar uma creche no Bairro Progresso, que ficou quase toda pronta pelo ex-prefeito, que dirá entregar 600 apartamentos', ironizou.
Ao final da sessão ficou definido após pedido de informação de Cilon Lisoski, que o Secretário-geral de Governo, Artur Goularte, está convidado a comparecer a Câmara para explicar sobre a empresa que fez a pesquisa que analisou a situação do atendimento na Santa Casa.

ROQUE TAMBÉM FALOU

Roque: "Em 2008, ele botava a Santa Casa nas alturas"
Após Rômulo, foi a vez do Provedor Roque comentar as declarações de Rossano.
Roque concedeu entrevista ao blog N1, onde respondeu as críticas. “Porque só agora ele resolveu falar sobre isso. Em 2008, ele botava a Santa Casa nas alturas. Ele se elegeu em cima do sucesso da Santa Casa”, alfinetou.
Sobre a “ameaça” de intervenção, Roque disse: “A Santa Casa é um empresa privada”. E quanto a dívidas, o provedor garantiu que a maioria já prescreveu. “Engraçado é ouvir o prefeito falando de dívida com a Corsan (afinal, ele não vive atacando a Corsan?)”, comentou o administrador, lembrando que dívidas com AES Sul e Corsan são casos antigos e que sempre foram de conhecimento público.

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