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Jornal regional diz que gabrielenses estão preocupados com o desemprego

Aos 55 anos, ele não tem grandes ambições. Busca apenas um emprego com carteira assinada na cidade onde nasceu. A busca que ocupa os dias de Luiz Gonzaga Borges há cinco anos, desde que voltou de Porto Alegre, parece que nunca terminará. Além da peregrinação à sede do Sistema Nacional do Emprego (Sine) de São Gabriel pelo menos duas vezes por semana, Borges já cansou de deixar currículos em obras e nas duas grandes empresas locais, que, apesar de empregarem, juntas, cerca de mil pessoas, não estão contratando profissionais como Borges, que cursou o Ensino Fundamental até a 6ª série.
– Na Capital, eu trabalhei como metalúrgico, pedreiro e com transportes, sempre com carteira assinada, por 28 anos. Aqui, só faço biscates – afirma o desempregado, desolado.
A falta de emprego é um dos principais problemas de São Gabriel, segundo entidades de classe e na opinião dos próprios moradores. Um entrave que precisará ser tratado com atenção pelo prefeito eleito (veja, no quadro, as propostas dos candidatos para ajudar a cidade a avançar nessa área).
De acordo com o Sine, diariamente, há vagas para funções como peão, pedreiro, servente de obras, empregada doméstica. Regularmente, chegam anúncios de empregos em outras cidades, principalmente da Serra gaúcha, nas colheitas de frutos.
– Aqui faltam tanto opções de empregos, quanto candidatos que sejam qualificados para as vagas. Por mais que esses empregos exijam pouca capacitação, pedem experiência e ainda assim há pessoas que não se encaixam. Já oferecemos cursos gratuitos, mas eles não são atrativos o suficiente – diz a assessora da coordenadora do Sine de São Gabriel, Lucélia May.


Três setores alimentam a economia local
São Gabriel tem a economia centrada no setor de comércio e serviços e na agropecuária. Há duas indústrias: a cerealista Urbano, que emprega cerca de 400 pessoas, e o frigorífico Marfrig, com 600 funcionários. Há, ainda, cooperativas agrícolas, como a Tejupá, que beneficia lã, e a Cooapampa, que reúne apicultores e deverá começar a beneficiar e exportar mel.
Para os jovens, a falta de perspectiva de futuro também é uma preocupação. A gerente de loja Natalia Marques, 27 anos, e o namorado Diego Benites, 28, representante comercial, planejam ir embora de São Gabriel em dezembro, em busca de emprego em uma cidade maior.
– Em São Gabriel, muita gente já sabe: é nascer e ir embora. É uma cidade boa para viver, só que não tem como crescer – lamenta Benites.

Fonte: Diário de Santa Maria

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