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Audiência Pública debate avanço do abigeato na Fronteira Oeste

O avanço desenfreado do abigeato nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha gaúcha, principais regiões de pecuária bovina e ovina do Estado, motivou a realização de uma audiência pública da Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa do Estado, realizada nesta segunda-feira, 25 de março, na Câmara Municipal de Alegrete. O encontro, solicitado pelo deputado estadual Frederico Antunes (PP), reuniu autoridades da segurança pública e presidentes de sindicatos rurais de toda a região, entre eles o vice-presidente da Farsul e presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, que participou da coordenação dos trabalhos. Participaram também o prefeito de Alegrete Erasmo Guterres Silva, o diretor da Secretaria de Segurança Pública do RS André Overbeck, o diretor do Departamento de Polícia do Interior delegado Mário Wagner, e o comandante regional de Policiamento Ostensivo da Fronteira Oeste, coronel Ricardo Iguaraçú. 
Ao apresentar seu painel, Tarso Teixeira falou dos prejuízos sociais e econômicos advindos do abigeato. “A Fronteira Oeste concentra 70% da bovinocultura e ovinocultura do Estado, e até onde se percebe o governo estadual não despertou para os graves prejuízos causados ao povo gaúcho, que perde R$ 1 bilhão por ano com esta prática criminosa”, destacou. Teixeira ainda ressaltou os danos à saúde pública, com a frouxidão na fiscalização de abatedouros irregulares e açougues que comercializam carne de abigeato, abatida sem os mínimos cuidados fitossanitários. 
O deputado Frederico Antunes apresentou uma proposta de emenda à Lei 11343/99, que trata da divulgação dos índices de criminalidade no Estado. Pela proposta, haveria mais clareza na divulgação dos dados referentes ao abigeato, que hoje não se distingue de outros tipos de furto, como o de veículos, por exemplo. O diretor do DPI, delegado Mário Wagner, reconheceu que o abate de gado irregular, consequência do abigeato, aumentou consideravelmente em todas as regiões do Estado. 
Tarso Teixeira destacou que as prefeituras precisam ser mais rigorosas na fiscalização de abates clandestinos, e que as forças de segurança devem atuar em parceria sincronizada. “A ovinocultura, por exemplo, está correndo verdadeiro risco de extinção na região por conta do abigeato, podendo sobreviver apenas para consumo interno, mas não como atividade econômica, o que causará enormes prejuízos à toda a cadeia produtiva gaúcha”, assinalou. 
No ano de 2012 foram registradas 6.945 ocorrências policiais de abigeato, culminando com um número expressivo de animais furtados, assim distribuídos: 12.090 Bovinos; 6.133 Ovinos; 781 Suínos; 1576 Eqüinos; 4.038 outros animais, totalizando 24.618 cabeças de animais furtados.

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