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Airton Bittencourt
Colunista do blog
Terror na Síria
Até quando crianças e adultos serão assassinados de maneira brutal vindo a chocar o mundo. Na última quarta-feira milhares de pessoas foram atendidas em três hospitais de Damasco com sintomas neurotóxicos causado por gás. Mais de 1300 pessoas morreram naquele dia.
A oposição Síria acusa as forças do governo de lançarem gases mortais, em subúrbios controlados pelos rebeldes em Damasco, matando homens mulheres e crianças que dormiam. As estimativas da oposição dizem que o número de mortos é bem maior e observadores da ONU não conseguem visitar o local, não houve uma verificação de órgãos independentes. O MSF não tem pessoal próprio na região de Damasco, mas tem apoiado os hospitais e redes de médicos no local desde 2012.
"Os sintomas reportados dos pacientes, além do padrão epidemiológico dos eventos - caracterizado pelo influxo massivo de pacientes num curto período de tempo, a origem dos pacientes, e a contaminação de trabalhadores de assistência médica e de primeiros socorros - indicam fortemente a exposição em massa a um agente neurotóxico", disse o diretor de operações do MSF, Bart Janssens, em um comunicado.
"Isso constituiria uma violação do direito internacional humanitário, que absolutamente proíbe o uso de armas químicas e biológicas''.
Janssens disse que a MSF não poderia confirmar a causa dos sintomas ou dizer quem foi o responsável pelo ataque, mas que tinha enviado 7 mil frascos de atropina - um antídoto contra agentes nervosos.
A oposição síria desmentiu neste sábado as acusações do regime de que teria usado armas químicas e afirmou que trata-se de uma estratégia do regime para desviar a atenção de seus próprios "crimes". "A Coalizão Nacional Síria rejeita massivamente as informações mentirosas emitidas pelo regime de Assad e considera que trata-se de uma tentativa desesperada para desviar atenção dos contínuos ataques contra civis", declarou em comunicado.
O Irã,principal aliado regional do regime sírio de Bashar al-Assad, afirmou neste sábado (24) existem provas de que ''os rebeldes usaram armas químicas" nos combates de quarta-feira na região de Damasco, informou a agência Isna.
"Estamos muito preocupados com as informações sobre o uso de armas químicas na Síria e condenamos duramente o uso dessas armas. Há provas de que os grupos terroristas realizaram essa operação", declarou Abas Araghchi, porta-voz da diplomacia iraniana.
Grupos opositores sírios afirmaram que 1.300 pessoas morreram nos ataques com gases lançados ao sudoeste e ao leste da capital na última quarta. O governo da Síria negou o uso de tais armas.
A revolta da Síria contra a família Assad, há quatro décadas no governo, se transformou em uma guerra civil que já matou mais de 100 mil pessoas.
Potências estrangeiras disseram que as armas químicas poderiam mudar o cálculo em termos de intervenção e estão pedindo ao governo sírio para permitir que uma equipe de peritos da ONU examine o local dos ataques relatados de quarta-feira.
Neste sábado, a representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, chegou à capital síria para tentar convencer o regime do presidente Bashar al Assad a autorizar o acesso imediato dos observadores na região do suposto ataque.
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