Juiz determina limpeza e descontaminação da boate Kiss
A Justiça está considerando novamente a possibilidade de fazer uma reconstituição na boate Kiss. Na quarta-feira, o juiz Ulysses Fonseca Louzada enviou ofício à prefeitura determinando que seja feita a limpeza adequada do local sem alterar a estrutura do prédio.
_ Feita a descontaminação do prédio, vou avaliar se a reconstituição pode ser feita ou não _ disse Ulysses.
Em agosto, o magistrado decidiu pela não realização da simulação por entender que havia risco de contaminação para as pessoas que entrassem no local. À época, a decisão teve como base laudos apresentados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) que comprovaram a existência de mais de 200 tipos de produtos químicos no interior da danceteria _ 17 deles altamente cancerígenos.
Diante dos resultados das análises feitas no material recolhido na boate, o juiz pediu providências ao Ministério Público Estadual (MP), prefeitura e Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) em agosto e setembro. Porém, nenhum dos órgãos ambientais executou medidas no sentido de limpar o local. A Fepam atribui a responsabilidade ao município, por ser o poder concedente da licença para funcionamento da casa noturna. A prefeitura esperava uma ordem judicial liberando o prédio para, depois, notificar a empresa dona do imóvel, a Econn Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, para que providencie a limpeza. A nova determinação do juiz pretende terminar com o impasse.
Em encontros promovidos pelo MP, que instaurou um inquérito civil para apurar a existência dos produtos tóxicos no interior do imóvel, a Econn se prontificou a contratar uma empresa para fazer um projeto de limpeza e descontaminação e, depois, a execução do serviço.
Reconstituição é importante, diz delegado da Polícia Civil
A Polícia Civil considera a reconstituição necessária.
_ Seria importante porque daria um retrato real do que ocorreu naquela noite _ disse o delegado Sandro Meinerz, que esteve à frente das investigações sobre o incêndio.
Por enquanto, o prédio número 1.925 da Rua dos Andradas continua interditado. A Brigada Militar mantém um policial 24 horas por dia fazendo a segurança do local.
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