Coluna-Ponto-de-Vista-2

Palavras Soltas

Cecília de Assis Brasil Petrarca Figueiredo
Colunista do blog

Natais de tempos atrás, saudosos natais...
Natais de noites ansiosas e mal dormidas, de crianças que fingiam um sono profundo para as avós debruçarem sob as árvores cobertas de neves de algodão, os presentes carinhosamente escolhidos... 
Ai Natais...
Natais de segredos, de buscas, de brinquedos guardados nos guarda roupas embutidos nas paredes brancas, procurados, sempre encobertos pelas cobertas, descoberta certa de tão mal escondidos...
Ai Natais...
Natais de férias escolares, de dias de sol, bonitos, cheios de amor e emoção, ilusão, pés descalços, joelhos esfolados, rostos lavados, risadas bem dadas, sonhos infinitos, vividos, sentidos, tempos idos... 
Ai Natais... 
Natais de pais, mães, avós noéis, meninada, saudade danada, lembranças tantas, de contos, histórias de fadas, duendes, tudo tão vibrante, distante, povoando meus pensamentos doloridos... 
Ai Natais... 
Natais de crianças felizes, encantadas, adocicadas e enfeitiçadas por afetos genuínos, puros, que descansavam embalados nos galhos dos cinamomos, laços fortes, firmes, sentimentos incontidos... 
Ai Natais... 
Natais de infância na estância, de árvores pequenas, fios dourados enrolados, bolinhas, ponteiras, tão singelas, tão magrelas apoiadas nas soleiras das janelas repletas de pacotes coloridos... 
Ai Natais... 
Natais de primos, de perus embebedados, fios de ovos, embrulhos pouco elaborados, papéis amarrotados, de abundância, de infância, de bonecas, tratores e caminhões, tempos jamais esquecidos... 
Ai Natais... 
Natais de inocência, tão longe, tão perto, tão distantes, tão presentes neste coração insistente que chora , ri, recorda e busca pedaços, metades, verdades, inteiros perdidos nos baús do pensamento, dias tão lindamente vividos... 
Ai Natais,... 
Natais de crianças, de fé, emoção, imaginação, de dias e noites de espera na longa primavera de ansiedade e algodão nas pontas de pinheiros estilizados, fingidos, fugidos nos tempos perdidos, de avós queridos... 
Ai Natais... 
Natais de outros carnavais, onde eu me perco e me encontro e não esqueço jamais.. 
Ai meus natais! 
Tempo bom que não volta mais....

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