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Inspirado em ação do padre Júlio Lancellotti, "Cozinheiros do Bem" retira blocos de concreto do viaduto da Conceição, em Porto Alegre

Com o objetivo de chamar a atenção do poder público para as 7 mil pessoas que vivem nas ruas de Porto Alegre, o grupo Cozinheiros do Bem realizou nesta sexta-feira, 12, um protesto em que foi retirado blocos de concreto a marretadas na parte inferior do viaduto da Conceição, no Centro Histórico da Capital.
 
No lugar, os voluntários, com o apoio de pessoas em situação de vulnerabilidade social, colocaram flores. Além disso, os moradores de rua, que vivem a sua maioria na região do viaduto nas proximidades da avenida Alberto Bins, receberam cestas básicas e kits de higiene.

O idealizador do projeto Cozinheiros do Bem, Júlio Ritta, que ficou popularmente conhecido em São Gabriel como Curitiba, destacou que a iniciativa foi baseada na ação do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, que durante uma manifestação no último dia 6, colocou flores no lugar de paralelepípedos instalados pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) na parte inferior dos viadutos na zona Leste da capital paulista. Os blocos foram retirados a marretada pelo padre no dia 2.
Em São Paulo, as pedras foram instaladas sob os viadutos Dom Luciano Mendes de Almeida e Antônio de Paiva Monteiro, localizados na avenida Salim Farah Maluf, e começaram a ser retiradas pela própria prefeitura de São Paulo na manhã do dia 2, após repercussão negativa do serviço. 
Ritta disse que os voluntários quiseram mostrar uma arquitetura higienista que tem a proposta de retirar as pessoas debaixo dos viadutos. 
"Querem jogar a poeira para baixo do tapete. Queremos que as autoridades construam um caminho para quem vive nas ruas, através, que sabem do aluguel social", ressaltou. Ritta disse que o projeto dos Cozinheiros do Bem é retirar definitivamente as pessoas das ruas. 
"Temos 400 vagas em albergues para uma população em situação de rua que ultrapassa 7 mil pessoas. Até quando essas pessoas ficarão invisíveis aos olhos do poder público", acrescentou.
A iniciativa, conforme Ritta, ao mesmo tempo, denuncia a falta de políticas para abrigar os moradores de rua e defende a construção de espaços nos próprios viadutos para tirar milhares de pessoas que hoje dormem nas calçadas.
Atuante há cinco anos, o Cozinheiros do Bem atende em média mil pessoas em cada ação, distribuindo mais de 1,3 milhão de marmitas.

* Com informações da Revista Fórum

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