Eleições da Câmara | PL fecha questão por Renato Gonçalves, entretanto, dois vereadores do partido mantêm voto em Moisés Marques.

Anderson Almeida
andersonc.almeida@gmail.com

 

A eleição da presidência da Câmara Municipal, prevista para o dia 14 de dezembro e que parecia já estar definida com a recente divulgação de um manifesto de dez vereadores a favor da reeleição do atual presidente Moisés Marques (PL), acaba de ganhar novos contornos com uma nova cartada do Partido Liberal - legenda, aliás, do próprio vereador Moisés. 

Em reunião partidária, a Executiva Municipal do partido definiu fechamento de questão em favor da candidatura do vereador Renato Dotto Gonçalves Filho, do PL. Na prática, a decisão obriga os quatro vereadores do partido - inclusive o próprio Moisés - a votarem em Renato Gonçalves, sob pena de expulsão do partido.

 

No documento, a Executiva do PL, presidida pelo ex-prefeito Rossano Gonçalves, evoca o acordo entre os vereadores da base do governo, feito ainda em 2020, para os quatro anos da presidência da Câmara, a condição do PL como base do governo Lucas Menezes e a formação do apoio à atual Mesa Diretora, integrada, em sua maioria, por vereadores da oposição. O caso coloca em campos opostos dois vereadores do mesmo partido, e testa os limites dos acordos e assinaturas de parte a parte.
Procurada pela reportagem, a Comunicação Social da Prefeitura informou que o prefeito Lucas Menezes não considera da alçada do Poder Executivo intervir nos assuntos de outro Poder, e que considera ambos os vereadores como apoiadores da base do governo.

 

Em resposta ao comunicado, o presidente da Câmara Municipal, Moisés Silveira Marques, anunciou sua intenção de concorrer novamente à presidência, desconsiderando a decisão do PL local. Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais nesta sexta, 24, Marques ressaltou a complexidade dos contextos políticos e reafirmou seu compromisso com a transparência.
Ele apresentou o documento do Partido Liberal, argumentando que o acordo foi informal e realizado em um restaurante, sem respaldo documental.
O desacordo partidário teve origem após manifestações de Rossano nas redes sociais onde ele criticava um suposto não-cumprimento de acordos partidários e que teria sido endereçado ao vereador Moisés, que respondeu nas redes e na tribuna do Legislativo.
Moisés destacou a legalidade de sua candidatura, protocolando sua chapa em 9 de outubro de 2023, assinada por 10 vereadores, evidenciando amplo apoio. Ele questionou a validade do suposto acordo político mencionado pelo partido, alegando falta de respaldo jurídico.
Quanto a possíveis retaliações do partido, o presidente da Câmara afirmou estar disposto a enfrentar as consequências de suas decisões, reforçando sua posição contrária a votos de cabresto e declarando que não sucumbirá a pressões externas.
Encerrando, Moisés agradeceu o apoio recebido, tanto de seus eleitores quanto de pessoas externas à sua base política, assegurando que continuará a lutar pela presidência da Câmara, mantendo seu compromisso com a transparência e ética na política local. 

 

ELSON TEIXEIRA TAMBÉM MANTÉM APOIO À REELEIÇÃO DE MOISÉS

 

Questionado pela reportagem, o vereador Elson Teixeira diz que mantém seu voto em Moisés Marques.
Teixeira diz que também recebeu um ofício do Presidente Rossano Gonçalves e diz que, apesar de fazer parte da Executiva do partido, não foi comunicado e nem viu edital, convite ou convocação para a referida reunião feita no dia 23 e citada no documento.
O vereador diz ainda estar ciente das referidas consequências que o descumprimento pode trazer, mas que nenhuma deles põe em risco seu mandato.
"Meus eleitores podem ficar tranquilos, pois vou manter a minha decisão, enquanto vereador votarei sempre de acordo com minha consciência e jamais de a cabresto. Não existe isso de fechar questão. Meu voto para Presidente da Câmara é do vereador Moisés", finalizou. 

A reportagem também tentou ouvir Claudiomiro Borges - que votaria em Renato - entretanto, não obtivemos retorno até o fechamento da reportagem.

Com isso, dos 4 vereadores do PL, dois votariam em Renato e dois em Moisés.