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Seminário da Consciência Negra no Legislativo de São Gabriel aborda questões cruciais

O Plenário do Legislativo de São Gabriel foi palco do 3º Seminário da Consciência Negra, evento idealizado pelo vereador Moisés Marques. Com uma abordagem abrangente, o seminário tratou de questões históricas, sociológicas, culturais e raciais, destacando a importância da consciência negra para além das barreiras de cores e crenças.

Ao abrir o evento, o presidente Moisés Marques enfatizou que a consciência negra é uma experiência universal, acessível a todas as pessoas, independentemente de sua cor ou crença. O lema do seminário, "Negro não é Cor, Negro é Raça", refletiu o compromisso de abordar questões profundas relacionadas à identidade negra.
A mesa de abertura contou com a presença da vereadora Malu Bragança, do vereador Írio Rodrigues e da secretária de assistência social, Juliana Medeiros. Destaque também para a presença dos vencedores do Concurso "O Mais Belo Negro" - Murylo Porto, Thassyane Dias e Isabelly Moreno.
Durante o evento, foi aprovada uma Carta de Intenções, que propõe a criação do "Dia Municipal da Consciência Negra". As entidades Bloco Bambas da Orgia, Neabi, Conselho Municipal dos Povos de Terreiro e Oraper foram fundamentais na organização do seminário.
Na programação da manhã, o professor Gustavo Rocha, da UFSM, abordou a importância do reconhecimento negro e a coletividade do aquilombamento na perspectiva antirracista. O Professor Júlio Quevedo, também da UFSM, discutiu a Lei Federal Nº 106.39/2003, que torna obrigatório o ensino de "história e cultura afro-brasileira".
A professora Samanta, da Escola Carlota Vieira da Cunha, apresentou trabalhos realizados com alunos sobre a consciência negra, incluindo uma releitura do conto de fadas “A Branca de Neve” como “A Pretinha de Neve”.
No período da tarde, o debate foi ampliado com a participação do professor Wellington Bittencourt, da Unipampa, abordando Decolonialidade e letramento racial. 

A vereadora Eva Ribeiro, de Santana do Livramento, compartilhou suas vivências pessoais, destacando os desafios e vitórias na luta contra o preconceito.
A assistente social Mariuza Saraiva trouxe sua trajetória no serviço público, destacando os obstáculos enfrentados como pessoa negra. A Yalorixá Tainara de Iemanjá discutiu a força da mulher negra no culto afro-brasileiro, e o Professor Rubem Ávila, da Unipampa, trouxe o tema “Os negros e a academia”, focando nas cotas raciais.

O seminário foi encerrado com uma apresentação artística da Escola de Tamboreiros Jejê Nagô Vodum. Moisés Marques agradeceu a presença do público e dos painelistas, deixando uma mensagem final sobre a busca por uma sociedade mais justa e igualitária. "Foi um privilégio presenciar este dia de hoje. Todos nós aqui estamos lutando por uma sociedade mais justa e igualitária, e enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ainda haverá guerra", concluiu.

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