Crenças em conflito: Primeira ficção de Cláudio Moreira narra uma guerra entre irmãos
Depois de mais de uma década longe das estantes, o escritor Cláudio Moreira, conhecido por seus livros sobre espiritualidade na vida cotidiana, lança neste mês de abril “Herdeiros de Fé e Ódio”, sua primeira incursão pela ficção longa — e a mais ambiciosa até aqui. Patrono da Feira do Livro de São Gabriel em 2019 e membro da Academia de Letras dos Municípios do Rio Grande do Sul, Moreira surpreende ao enveredar agora por uma narrativa de tintas dramáticas e humanas, que dialoga com o íntimo das relações familiares, mas também com os abismos da intolerância religiosa e da memória emocional.
A história nasceu de um sonho, como confessou o próprio autor em uma postagem recente nas redes sociais, mas levou anos — e muitas tentativas fracassadas — até se transformar em livro. “Comecei, abandonei, recomecei. Ficava sempre pelo caminho. Eu tinha receio de não conseguir terminar”, conta. O receio, contudo, deu lugar à persistência, e entre outubro e dezembro do ano passado, a trama finalmente encontrou seu curso.
O enredo gira em torno de dois irmãos gêmeos, um padre e um pastor evangélico, separados há mais de 15 anos por um trauma familiar nunca resolvido. O reencontro, forçado pelas circunstâncias, acontece numa cidade do interior — cenário que já é, por si só, um campo de tensão, onde diferenças ideológicas e religiosas ganham contornos ainda mais agudos. A obra caminha por temas como perdão, ressentimento, fé, política e o peso dos silêncios. “É uma história sobre cicatrizes que nunca fecharam direito”, resume o autor.
A edição é da Editora Alcance, comandada pelo também escritor e poeta Rossyr Berny, nome incontornável da poesia contemporânea gaúcha. O livro contará ainda com prefácio de João Alfredo Reverbel Bento Pereira, jurista e ensaísta respeitado, autor da série de sucesso “Amenidades – Crônicas do Cotidiano”.
É curioso que o autor, que nos anos 2000 assinava textos devocionais semanais em jornais do interior gaúcho, hoje estreie na ficção com um romance que tensiona justamente a fé, mas sem dogmas. Não há maniqueísmo, tampouco panfletarismo religioso. Há personagens com dores reais, vivendo num Brasil que parece sempre dividido — seja por crenças religiosas ou políticas, seja por ressentimentos.
Essa guinada na carreira também marca um desejo antigo do autor: provar, a si mesmo, que podia construir uma narrativa com começo, meio e fim. “Me perguntava se eu seria capaz de escrever uma história inteira, de verdade, e não só reunir textos já publicados”, confessa, fazendo alusão indireta a uma crítica que ouviu de um colega de ofício.
Mais do que uma história de fé, “Herdeiros de Fé e Ódio” é uma história de humanidade — falha, conflituosa, mas também possível de redenção. E talvez seja isso que a torna tão atual.
O lançamento oficial acontece ainda neste mês, com sessões previstas em cidades da Fronteira Oeste e da região Central do Rio Grande do Sul. Um evento em Porto Alegre também está nos planos.
A história nasceu de um sonho, como confessou o próprio autor em uma postagem recente nas redes sociais, mas levou anos — e muitas tentativas fracassadas — até se transformar em livro. “Comecei, abandonei, recomecei. Ficava sempre pelo caminho. Eu tinha receio de não conseguir terminar”, conta. O receio, contudo, deu lugar à persistência, e entre outubro e dezembro do ano passado, a trama finalmente encontrou seu curso.
O enredo gira em torno de dois irmãos gêmeos, um padre e um pastor evangélico, separados há mais de 15 anos por um trauma familiar nunca resolvido. O reencontro, forçado pelas circunstâncias, acontece numa cidade do interior — cenário que já é, por si só, um campo de tensão, onde diferenças ideológicas e religiosas ganham contornos ainda mais agudos. A obra caminha por temas como perdão, ressentimento, fé, política e o peso dos silêncios. “É uma história sobre cicatrizes que nunca fecharam direito”, resume o autor.
A edição é da Editora Alcance, comandada pelo também escritor e poeta Rossyr Berny, nome incontornável da poesia contemporânea gaúcha. O livro contará ainda com prefácio de João Alfredo Reverbel Bento Pereira, jurista e ensaísta respeitado, autor da série de sucesso “Amenidades – Crônicas do Cotidiano”.
É curioso que o autor, que nos anos 2000 assinava textos devocionais semanais em jornais do interior gaúcho, hoje estreie na ficção com um romance que tensiona justamente a fé, mas sem dogmas. Não há maniqueísmo, tampouco panfletarismo religioso. Há personagens com dores reais, vivendo num Brasil que parece sempre dividido — seja por crenças religiosas ou políticas, seja por ressentimentos.
Essa guinada na carreira também marca um desejo antigo do autor: provar, a si mesmo, que podia construir uma narrativa com começo, meio e fim. “Me perguntava se eu seria capaz de escrever uma história inteira, de verdade, e não só reunir textos já publicados”, confessa, fazendo alusão indireta a uma crítica que ouviu de um colega de ofício.
Mais do que uma história de fé, “Herdeiros de Fé e Ódio” é uma história de humanidade — falha, conflituosa, mas também possível de redenção. E talvez seja isso que a torna tão atual.
O lançamento oficial acontece ainda neste mês, com sessões previstas em cidades da Fronteira Oeste e da região Central do Rio Grande do Sul. Um evento em Porto Alegre também está nos planos.
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