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Porto Alegre lota auditório em seminário contra a pedofilia

Deputada Adriana Lara. Fotos: Gabriel Messias
 
Evento idealizado pela deputada Adriana Lara reúne autoridades e especialistas para debater enfrentamento à violência sexual infantil

O auditório do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, ficou lotado nesta segunda-feira (12) durante o 1º Seminário de Combate à Pedofilia e ao Abuso Infantojuvenil. A iniciativa foi da deputada estadual Adriana Lara (PL), presidente da Frente Parlamentar de Combate à Pedofilia da Assembleia Legislativa, em parceria com o Ministério Público.
Com público vindo de mais de 30 municípios, o evento reuniu conselheiros tutelares, professores, diretores de escola, assistentes sociais, lideranças comunitárias, agentes políticos e especialistas em proteção à infância. O seminário marca um movimento inédito no Estado voltado à conscientização e enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
“A proposta é romper com o silêncio. Onde há omissão, há violência. Cada denúncia é uma forma de proteger uma criança”, destacou Adriana Lara na abertura do evento.
Entre os 11 painelistas, a palestra mais esperada foi a do doutor em políticas públicas Maurício Cunha, diretor da organização internacional ChildFund Brasil. Ele apresentou dados alarmantes sobre a violência sexual no Brasil e cobrou ações mais concretas do poder público. 
 
Durante o seminário, foram defendidas medidas como a reestruturação dos Conselhos Tutelares, maior atuação das escolas na identificação de casos e o debate sobre a adoção da castração química em casos de reincidência — tema polêmico, mas que voltou ao debate diante do alto número de casos.
Um dos dados mais discutidos foi o de que mais de 80% dos abusos ocorrem dentro do ambiente familiar, muitas vezes praticados por pessoas próximas à criança. “O silêncio é cúmplice. É preciso romper essa cultura da omissão”, afirmou Cunha.
Também estiveram presentes os deputados federais Sanderson e Tenente-Coronel Zucco, que reforçaram o apoio à causa e defenderam uma articulação nacional de combate à pedofilia.
A próxima etapa da mobilização será a criação de comitês municipais voluntários, que devem promover ações educativas, campanhas de conscientização e fortalecer a rede de proteção à infância.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou mais de 70 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2023. No Rio Grande do Sul, foram mais de 3 mil. A maioria das vítimas são meninas entre 0 e 13 anos.
“O Brasil não pode mais fechar os olhos. Precisamos de políticas públicas firmes e de uma sociedade mobilizada. Essa luta é de todos nós”, concluiu a deputada Adriana Lara.

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