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Projeto “Fisioterapia na Rua” leva saúde e integração social aos moradores do Bairro Santo Antônio

Uma conversa entre vizinhos acabou gerando uma iniciativa transformadora na Rua Edmundo Bittencourt, no Bairro Santo Antônio. O fisioterapeuta Fábio Oliveira Baldaço e o Agente Comunitário de Saúde Adriano Berwanger uniram forças para criar o projeto piloto “Fisioterapia na Rua”, que oferece, de forma gratuita, atividades fisioterapêuticas semanais aos moradores da comunidade. 

A proposta nasceu da observação atenta sobre a realidade local. “Percebemos que muitos moradores, especialmente os idosos, apresentavam dificuldades relacionadas à mobilidade, sedentarismo e até isolamento social. Pensamos: por que não levar a fisioterapia até onde eles estão?”, conta Baldaço. 

O projeto tem como objetivo principal oferecer assistência fisioterapêutica aos moradores da rua, promovendo mais autonomia, prevenção de doenças e melhor qualidade de vida física e mental. O público-alvo é composto por cerca de 65 pessoas, distribuídas em aproximadamente 25 famílias. Estima-se que 30% da população local seja formada por idosos. 

Rotina de cuidado e movimento 

As atividades acontecem todas as quartas-feiras, das 8h30 às 11h30, em plena Rua Edmundo Bittencourt, transformada em um verdadeiro espaço de promoção à saúde. Entre as ações realizadas estão o monitoramento dos sinais vitais dos participantes (como pressão arterial, frequência cardíaca, saturação de oxigênio e glicemia), além da prática de exercícios de resistência, força, mobilidade, equilíbrio e alongamentos.
Outro diferencial do projeto é o uso de objetos do cotidiano nas atividades. “Queremos mostrar que é possível se exercitar com o que se tem em casa: bancos, vassouras, baldes com peso, garrafas PET... Tudo pode ser adaptado para o bem da saúde”, explica o fisioterapeuta.
Além dos benefícios físicos, o “Fisioterapia na Rua” também tem forte impacto social. O convívio entre vizinhos é estimulado, fortalecendo laços afetivos e a sensação de pertencimento. “É muito mais do que uma sessão de fisioterapia. É um momento de encontro, de troca e de cuidado mútuo”, comenta Adriano Berwanger.
O projeto será desenvolvido ao longo de seis meses, em caráter experimental. Durante esse período, os organizadores farão o acompanhamento da evolução dos participantes e o levantamento de dados que podem embasar futuras expansões da iniciativa para outras ruas e bairros.
“Nosso sonho é que essa ideia simples inspire outras comunidades a também se mobilizarem. O cuidado com a saúde pode — e deve — começar onde a vida acontece: dentro das próprias ruas”, conclui Baldaço. 

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