Cientistas descobrem um dos maiores pterossauros do mundo; pesquisador da Unipampa de São Gabriel participa da pesquisa
Um time internacional de cientistas da Síria e do Brasil anunciou a descoberta de um dos maiores pterossauros já encontrados no planeta. O fóssil, encontrado no Oriente Médio, pertence ao grupo dos azhdarquídeos — os maiores animais voadores que já existiram — e pode ter atingido até dez metros de envergadura, o tamanho de um pequeno avião.
A pesquisa é liderada pela paleontóloga sírio-brasileira Wafa Adel Alhalabi, da Universidade de São Paulo (USP), com a colaboração de cientistas do Brasil, Líbano, Espanha e França. Entre eles está o pesquisador Felipe Pinheiro, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) – Campus São Gabriel, especialista em répteis alados.
Pesquisador Felipe Pinheiro (Universidade Federal do Pampa) segurando a reconstrução do novo fóssil
“Sabemos que os pterossauros podiam atingir dimensões gigantescas, mas é muito raro encontrar indivíduos com mais de cinco ou seis metros de envergadura. Nossas análises indicam que o exemplar sírio poderia chegar a até dez metros, o que o coloca entre os maiores já descobertos no mundo”, explica Pinheiro.
O osso, um úmero (equivalente ao braço do animal), foi encontrado no início dos anos 2000 em uma mina de fosfato na Síria, mas permaneceu esquecido por décadas até ser redescoberto recentemente. Apesar das dificuldades impostas pela instabilidade política do país, a pesquisadora Wafa Alhalabi conseguiu estudar o fóssil usando recursos próprios e ferramentas simples em casa.
“Preparei o espécime em casa, com ferramentas básicas. O barulho e a poeira incomodaram minha família, mas o resultado valeu a pena. Ter apoio e estrutura adequada é essencial para continuar pesquisando fósseis na Síria”, relatou a cientista.
Os pesquisadores afirmam que, embora o fóssil seja incompleto, ele representa um dos maiores pterossauros já conhecidos e reforça o potencial paleontológico do Oriente Médio. O achado também amplia o entendimento sobre a diversidade desses gigantes que dominaram os céus antes da extinção dos dinossauros.
“A descoberta mostra o imenso, mas ainda pouco explorado, potencial paleontológico da Síria. Participar desse trabalho é um privilégio”, destacou o professor Max Cardoso Langer, da USP.
A equipe internacional pretende continuar os estudos, que já vêm revelando novos fósseis e informações inéditas sobre os últimos capítulos da era dos dinossauros.
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