Produtores contestam valores de indenizações da barragem do Jaguari
Um novo incidente promete tumultuar ainda mais a tensão já existente entre a Secretaria Estadual de Irrigação e os produtores rurais da localidade de Suspiro, São Gabriel, atingidos pela construção da barragem do Rio Jaguari, uma das obras de maior importância do Governo Estadual na Fronteira Oeste. Nesta semana, produtores começaram a receber depósitos em juízo de indenizações pelas áreas que serão inundadas, mas os proprietários da região afirmam que o valor atribuído para as indenizações é muito inferior ao valor de mercado.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Teixeira, produtores da região informaram que o governo estadual está pagando indenizações de R$ 3.770 pelo hectare de terra nua, sendo que algumas propriedades no local haviam sido comercializadas recentemente pelo valor de R$ 10 mil o hectare. “O cálculo feito pelos técnicos da Secretaria da Irrigação do Estado está no mínimo equivocado, pois trata-se de áreas planas, de várzea, com alta produtividade especialmente para o arroz, e é justo que os produtores recebam uma indenização correspondente”, assinalou.
O presidente do Sindicato Rural teme que muitos produtores não possam continuar na atividade se não forem indenizados, o que tenderia a diminuir a arrecadação do próprio Estado na região. “Temos certeza que a governadora Yeda não tem conhecimento destes cálculos arrevezados, que aviltam o preço dos produtores alagados em detrimento da supervalorização de outras áreas”, afirmou.
Os técnicos da Secretaria Extraordinária de Irrigação e Usos Múltiplos da Água que realizaram a avaliação, defendem o valor afirmando ter se baseado nos preços pagos pela Aracruz na região em 2007, bem como em decisão do juiz federal Belmiro Krieger, que contestou valores pagos pelo Incra na região para indenização de áreas para reforma agrária, o que acabou impedindo a aquisição da Fazenda Antoniazzi para implantação de novos assentamentos. “Nós queremos que os responsáveis ao menos se disponham ao diálogo com os produtores. Reconhecemos a importância da barragem para a região, mas entendemos que uma obra deste porte deve ser feita em benefício de todos”, afirmou Tarso.
Estou para ver o dia que os produtores (?) rurais perderão a mania de chorões!
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