Coluna-Ponto-de-Vista-2

Coluna Giancarlo Bina - 01-05-2010

A MAGIA DO GRENAL 
     Poucos eventos tem tamanha importância e chegam a parar um Estado como o clássico Grenal. O futebol, por si só, já justifica tamanha paixão, conhecidamente nacional, mas a rivalidade existente neste transcende até o próprio delírio envolvido nas estranhas deste esporte.
     O clássico surgiu no começo do século passado e, desde o princípio, já dava amostra de que iria se perpetuar. Os primeiros jogos foram marcados pela supremacia tricolor, um clube melhor estruturado na época, que fez com que os colorados buscassem um crescimento a mesma altura, já que sempre foi muito dolorida a ferida das derrotas. Com o passar dos anos, o Internacional se estruturou, passou a vencer mais clássicos, as torcidas se tornaram mais organizadas, os clubes cresceram de forma gigantesca e a rivalidade também.

     As conquistas foram chegando, através deste novo plano de organização e mobilização de suas comunidades e, ambos os clubes foram ganhando conhecimento e reconhecimento nacional e internacional. A década de 70 foi repleta de alegrias pra os rubros, já os anos 80 e 90 foram tricolores. Por incrível que pareça, a famosa “gangorra” só os fez crescer, o paradoxo das posições, com um por baixo e outro em alta, só estimulou a que ambos se tornassem verdadeiras potências do futebol nacional e, porque não dizer, mundial. São raras as cidades do mundo, como Porto Alegre, que ostentam o título de ter dois clubes campeões mundiais.
     O novo século veio e os dois clubes emanam energia suficiente para serem cada vez maiores. O Inter tem mais de cem mil sócios, o Grêmio, sessenta mil. Seus estádios ou campos de batalha serão remodelados ou construídos, seus torcedores abocanham 6% da fatia nacional, enfim, parece que nossa aldeia realmente ultrapassou limites, graças à magia do azul e do vermelho.
     Escrevo isto porque estamos às vésperas de mais uma decisão do nosso popular ruralito, o Gauchão de todos os anos, que é tão importante quanto qualquer competição, pois nenhum gosta de perder, ainda mais para o arqui-rival. Parece que essa idéia do inimigo não oculto, que sempre povoou nossas mentes infantis, por vezes invade o gramado do Olímpico Monumental e do Gigante da Beira-Rio, fazendo de nós,torcedores, personagens dessa história centenária, que se completa em suas diferenças e que jamais deixará de existir.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.