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Espaço do leitor

2010: UMA EXPOINTER PARA PENSAR

            A Agropecuária gaúcha se prepara para apresentar seu potencial e dinamismo em mais uma edição da Expointer, a maior feira agropecuária de toda a América Latina.  Como de hábito, a abertura dos portões do Parque Assis Brasil, em Esteio, nos reserva um espetáculo sempre renovado, demonstrando a capacidade, competência e aprimoramento de todos os setores da produção rural, da agricultura empresarial à familiar, passando pelo aprimoramento de rebanhos, novas tecnologias de mecanização, e outros fatores que fazem da agropecuária gaúcha um celeiro de qualidade para o Brasil e o Mundo.
            Entretanto, é justamente dentro deste horizonte que o evento também propicia, inevitavelmente, uma reflexão sobre nosso futuro. O fato de estarmos em um ano eleitoral, quando todos os brasileiros deverão decidir nossos governantes pelos próximos quatro anos, fará toda a diferença. E não somente pela óbvia presença de candidatos de todos os matizes no evento, o que é natural, como também pelos rumos que a própria sucessão presidencial e ao Governo do Estado irão proporcionar para o agronegócio como um todo.

            É bastante claro para todos que há uma disputa polarizada no âmbito federal, não propriamente entre dois nomes, mas entre dois projetos distintos. Não se pode dizer que a agropecuária brasileira deva qualquer parcela de seu respeito global aos governos federais dos dois partidos que ora polarizam a disputa. Um deles ancorou o sucesso do Plano Real em preços de alimentos abaixo do custo de produção, fator que perdura até hoje. Porém, o projeto atual extrapolou todas as medidas, apoiando com dinheiro público organizações que semearam a discórdia e a violência no campo, criando um ambiente de insegurança jurídica, hoje o principal dilema que o produtor enfrenta.
            Ambos os governos, na esfera federal, foram incapazes de promover uma política agrícola harmônica, capaz de garantir apoio pleno ao setor que responde pela vitalidade da balança comercial e de toda a economia brasileira. Um dos problemas que nenhuma das agendas em disputa foi capaz de apresentar soluções é a permanente disputa entre os elos da cadeia produtiva do agronegócio, que se digladiam entre si a tal ponto que um movimento de produtores tem sugerido a idéia do “Compra Mínima”, para evitar que os produtores sejam seduzidos por uma propaganda enganosa dos rumos do agronegócio, adquiram máquinas e acabem se endividando, acumulando insucessos. Este persistente desajuste é resultado direto da inação do governo no arbítrio de conflitos.
            Cremos que a Expointer 2010 é uma ocasião para se pensar. A produção rural brasileira precisa de um ambiente de segurança jurídica, respeito aos contratos, e de um foco de gestão que priorize o apoio à segurança alimentar dos brasileiros. Alimento barato na mesa da população só continuará sendo realidade se o governo que emanar das urnas reconhecer e respaldar a força do agronegócio.

            Tarso Teixeira
            Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
            Vice Presidente da Farsul      

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