Coluna-Ponto-de-Vista-1

Inquietudes...com Luciana Carvalho

A tecnologia a serviço da democracia

E a campanha eleitoral segue em ritmo intenso, envolvendo candidatos, partidos políticos, assessores, empresas que ganham dinheiro com o processo eleitoral, eleitores, a sociedade como um todo. Nessas eleições de 2010, o Brasil conta com um elemento novo na corrida democrática, capaz de envolver muita gente e ajudar a definir resultados. Trata-se da esfera midiática conectada, que tem na internet seu maior representante, mas que vai além dela. São os computadores, mas são também os aparelhos móveis, como celulares, smartphones, iphones, que conectam cada vez mais gente na web, mas também em softwares e aplicativos voltados à comunicação mediada tecnologicamente.

Nessa esfera mundial, ganham força os serviços de rede social e as denominadas mídias sociais, termos que na academia geram muita discussão, e que vêm sendo utilizados no mercado de modo indiscriminado, muitas vezes. Independentemente do nome, o que importa é que são ferramentas como Facebook, Orkut, Twitter, Youtube, Flickr e outros, apropriados pelos usuários (indivíduos, grupos, empresas e instituições) para interagir, conversar, participar, ou divulgar informações. A possibilidade de produzir conteúdo próprio, compartilhar informações de terceiros, comentar, colaborar, permite a cada usuário um poder de voz único na história da comunicação, que impacta no exercício da democracia e da cidadania.
A força dos sites de rede social foi percebida na eleição de 2008, nos Estados Unidos, com o crescimento do então candidato Barack Obama. Agora é a primeira eleição no Brasil em que os políticos e os eleitores contam com essas ferramentas. Os principais candidatos estão utilizando esses canais. Alguns partidos e coordenações de campanha, sobretudo para os candidatos a presidente, contam com profissionais cuidando especialmente do setor. Existem usos positivos, de candidatos que utilizam o Twitter, por exemplo, para dialogar com os eleitores e prestar informações atualizadas sobre suas agendas. E outros nem tanto, como aqueles que deixam de responder questionamentos ou que não sabem utilizar adequadamente as possibilidades de cada mídia.
Ainda não se sabe ao certo que peso terá no resultado das eleições a utilização desses novos recursos na campanha. Talvez seja difícil mensurar de modo fidedigno. Alguns dados preliminares mostram que o número de seguidores no Twitter, por exemplo, não é termômetro para saber o desempenho do candidato nas intenções de voto. O candidato mais seguido não é, necessariamente, o favorito de acordo com as pesquisas tradicionais. Talvez o número de eleitores conectados ainda não seja assim tão representativo. No entanto, essa será a primeira eleição brasileira de grande porte com a presença do que chamei esfera midiática conectada. Será uma grande oportunidade para muitos eleitores e candidatos, partidos e cientistas políticos, imprensa e outras instituições envolvidas no processo eleitoral. Nas redes conectadas, tudo fica mais transparente, mais acessível. Existe conversação entre as pessoas, fica mais fácil perceber mentiras e tentativas de fraude na campanha. Será uma oportunidade de aprendizado, de vermos os erros e acertos para que, nas próximas eleições, saibamos utilizar essas ferramentas tão aptas para o exercício da democracia no momento de escolhermos nossos prefeitos e vereadores.

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