O Brasil tem o direito de conhecer os esqueletos do armário da Dilma
Editorial da Folha de São Paulo:
No afã de iluminar a pouco conhecida biografia da candidata presidencial Dilma Rousseff, a Folha solicitou acesso aos documentos oficiais, sob guarda da Justiça Militar, relativos ao período, no início da década de 70, em que sofreu sevícias e foi mantida presa pelo regime autoritário (1964-1985).
O pedido foi negado pelo presidente do Superior Tribunal Militar, Carlos Alberto Marques Soares, sob a alegação de que os documentos poderiam prestar-se a "uso político" em época eleitoral. Os advogados do jornal tratam de obter, agora, que o plenário do STM reveja a impensada decisão.
O presidente daquela corte não compreendeu vários aspectos do caso. Em primeiro lugar, mesmo que tais documentos se prestassem a "uso político", isso seria legítimo numa democracia. É sobretudo durante campanhas eleitorais que informações de interesse público devem vir à luz, sendo avaliadas por quem quiser examiná-las e se manifestar a respeito.
Em segundo lugar, trata-se de documentos do Estado, relativos a fatos ocorridos há cerca de 40 anos, sendo no mínimo duvidoso que uma autoridade possa subtraí-los do conhecimento público.
O relator do mandado de segurança impetrado pelo jornal, almirante Marcos Martins Torres, sugeriu que a Folha pretende, com os dados solicitados, criar um "fato político às vésperas das eleições". Autoriza, assim, que se especule sobre os reais motivos de seu voto.
Talvez o almirante esteja imbuído de excessivo apego ao sigilo, próprio de sua profissão. Talvez, por hábito hierárquico, tenha receio de melindrar a provável futura presidente da República. Mas, se houvessem refletido sobre o assunto, o presidente do STM e o relator do caso teriam concluído que eles próprios já fazem "uso político" do material, ao ocultá-lo.
A recusa é ainda mais nociva pela suspeita, certamente infundada, que suscita: o que haveria de tão perturbador em tais documentos, a ponto de sua divulgação ser julgada propícia a perigoso "uso político"?
Em diversos momentos da ditadura, o STM agiu como força moderadora dos abusos de poder que eram cometidos pelo aparelho de repressão à subversão armada. Pede-se aos magistrados que hoje o compõem restaurar essa tradição da corte, cancelando a arbitrariedade cometida por seu próprio presidente
O presidente daquela corte não compreendeu vários aspectos do caso. Em primeiro lugar, mesmo que tais documentos se prestassem a "uso político", isso seria legítimo numa democracia. É sobretudo durante campanhas eleitorais que informações de interesse público devem vir à luz, sendo avaliadas por quem quiser examiná-las e se manifestar a respeito.
Em segundo lugar, trata-se de documentos do Estado, relativos a fatos ocorridos há cerca de 40 anos, sendo no mínimo duvidoso que uma autoridade possa subtraí-los do conhecimento público.
O relator do mandado de segurança impetrado pelo jornal, almirante Marcos Martins Torres, sugeriu que a Folha pretende, com os dados solicitados, criar um "fato político às vésperas das eleições". Autoriza, assim, que se especule sobre os reais motivos de seu voto.
Talvez o almirante esteja imbuído de excessivo apego ao sigilo, próprio de sua profissão. Talvez, por hábito hierárquico, tenha receio de melindrar a provável futura presidente da República. Mas, se houvessem refletido sobre o assunto, o presidente do STM e o relator do caso teriam concluído que eles próprios já fazem "uso político" do material, ao ocultá-lo.
A recusa é ainda mais nociva pela suspeita, certamente infundada, que suscita: o que haveria de tão perturbador em tais documentos, a ponto de sua divulgação ser julgada propícia a perigoso "uso político"?
Em diversos momentos da ditadura, o STM agiu como força moderadora dos abusos de poder que eram cometidos pelo aparelho de repressão à subversão armada. Pede-se aos magistrados que hoje o compõem restaurar essa tradição da corte, cancelando a arbitrariedade cometida por seu próprio presidente
Ora, que o jornal Folha de São Paulo não tem o mínimo escrúpulo, nós sabemos.
ResponderExcluirMas soa estranho este interesse repentino em investigar a vida de uma candidata, em um momento político ditatorial vivenciado pelo Brasil.
Da mesma forma que o periódico se interessa pelo passado de uma brasileira vitimada pelos algozes da ditadura, deveria ser publicado na imprensa a colaboração dada pelo Grupo Folha de São Paulo à Operação bandeirantes promovida pelo DOPS de SP
O uso de carros do grupo jornalístico para desovar o corpo de presos políticos pelos policiais ligados operação bandeirantes é um escândalo bem maior daquele que possa estar contido na filha da Dilma.
Mas, causa estranheza, tb, o fato de o jonal não ter tido a preocupação de investigar a ficha de Fernando Gabeira (candidato do PV ao governo do RJ e que manifestou apoio a Serra no segundo turno), Aloísio Nunes Ferreira (senador eleito do PSDB/SP), ambos integrantes de grupos políticos que optaram e se envolveram na luta armada ('guerrilheiros', segundo a opinião da direita)
Num país de mídia conservadora e perversa, que transforma pessoas lutadoras e com trajetórias importantes em lixo humano, heis que recebo um texto que acalenta de forma simples a alma. Abraço a todos.
ResponderExcluirO Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que “um filho seu não foge à luta”. Tanto Serra como Dilma eram militantes estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes, resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças, covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico brasileiro, “colocaram o rabinho entre as pernas” e foram para o Chile, França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante
longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários. Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua esposa, Mônica Allende Serra, chilena.
Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas próprias vidas, sofreram
prisões e torturas infindáveis, realizaram lutas corajosas para que, hoje,
possamos viver em democracia plena, votar livremente, ter liberdade de imprensa.
Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da solidariedade e da democracia. Foi presa e torturada. Não matou ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que circulam Brasil afora.Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor. Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira, já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010. Detesto fujões, detesto covardes!
Pedro Bial, jornalista.
A turma dos comentários está precisando de umas aulinhas de história... e de português também. Estou às ordens. "Heis"??? Heinnn????
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluirSabe quando tu vai poder me dar aula de história ou de português?
O dia em que tu nascer de novo
José Ricardo, e sabes quando tu vais poder receber as minhas aulas? No dia em que tu nasceres de novo e conhecendo o "S" e a conjugação verbal, aquela que aprendemos na quarta série. Quanto às aulas de história, continuo às ordens.
ResponderExcluir