Coluna João Pedro Lemos - MC John Lemos
A convergência - Conversando com Claudio Moacir Severo Moreira tive o privilégio de retomar uma leitura da atualidade através do pensador teólogo, filósofo e geopaleontólogo francês, Teilhard Chardin. E dentro da idéia do homem que vislumbrou a globalização já na década de 30, tentamos uma análise política da última eleição também. Meio no tom de brincadeira, claro.
Entenda Chardin.
No cerne da questão está a visão filosófica, teológica e mística de Teilhard de Chardin a respeito da evolução de todo o Universo, do caos primordial até o despertar da consciência humana sobre a Terra, estágio esse que, segundo ele, será seguido por uma Noogénese, a integração de todo o pensamento humano em uma única rede inteligente. A orientar todo esse processo, existe uma força que age a partir de dentro da matéria, que orienta a evolução em direcção a um ponto de convergência: o Ponto Ômega. Teilhard sustentava a ideia de um Panenteísmo cósmico: a crença de que Deus e o Universo mantém uma criativa e dinâmica relação de progressiva evolução. Frase sua: Tudo o que Sobe, Converge.
Exatamente nesse sentido que discutimos o final da eleição e questionávamos se há a viabilidade de convergência do resultado com o anseio do eleitor, até mesmo quem não votou no vencedor. Avaliamos inclusive o fato do Afonso Motta, por exemplo, ser um possível secretário no Governo Tarso, se isso de fato se concretizar ou o PDT integrar o governo do Estado, o que vejo como praticamente certo, onde se faria a convergência da eleição? Na busca justamente de satisfazer o eleitor na sua expectativa. Dai concluimos que muitas coisas poderão sim convergir e tomara que sempre para o bem da democracia e da maioria da população.
Como tudo é discutivel quando se trata de ser humano, e que debater propicia o crescimento, finalizo com uma frases do prórpio Chardin, “A alma humana é feita para não estar sozinha” e mais “Algum dia, quando tivermos dominado os ventos, as ondas, as marés e a gravidade, utilizaremos as energias do amor. Então pela segunda vez na história do mundo, o homem descobrirá o fogo” e ainda “Na escala do cosmos só o fantástico tem condições de ser verdadeiro”, para finalizar “O barbarismo da nossa época é ainda mais espantoso pelo fato de tanta gente não ficar realmente estarrecida com ele”.
Parabéns Guido Ávila, foste muito feliz na tua última coluna, espetacular...
Quando o Verso vem pras Casa – Para mim uma música perfeita com letra de Gujo Teixeira e música de Luiz Marenco, é como se uma energia do campo se materializasse em poesia e melodia. A leitura perfeita de minha vida de campo na infância, uma identificação com o cotidiano e vivência da “campanha”.
É muito bom perceber que de uma conversa amiga e despretensiosa, nasce uma análise filosófico-teológico-sociológica tão ricamente elaborada pelo amigo João Pedro Lemos, trazendo para a linguagem do cotidiano o pensamento profundo da Teologia de Teillard de Chardin.
ResponderExcluirNa verdade, os Pais da Filosofia acreditavam muito no poder dos Diálogos, extraindo a verdade a partir da maiêutica - parto das idéias. E foi de uma conversa assim, franca e risonha, que João Pedro teve o vislumbre de trazer esse texto ao debate, que é ao mesmo tempo, uma análise simples e profunda do processo político que estamos vivendo.
É isso mesmo, John, é assustador pensar que Teillard estivesse tão certo. A "convergência" a tudo dissipa nestes tempos de pós-modernidade...