Coluna Fabiana Machado

Sentimentos e tecnologia

Estamos cercados de tecnologia, celulares que filmam, gravam, com acesso a internet e TVdigital, câmeras fotográficas com máxima qualidade digital, computadores, então, nem se fala. Tudo isto, ou seja, técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos são criados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos. Então... temos tudo isso e utilizamos quanto? 

Vejamos, levanta a mão quem sabe utilizar todos os recursos disponíveis no seu celular. Ou quem utiliza e sabe todas as funções dos vários botões do controle remoto da sua TV. Sério, gente! Ninguém consegue saber tudo, desse turbilhão de tecnologia. E pensando bem, esses recursos nos despertam sentimentos. Quer ver?

Quem nunca se irritou ao comprar um aparelho novo de celular e quando começou a usar, puxa vida, achei que era mais fácil! Vou usar mesmo só pra atender e desligar, no máximo passar uma mensagem. E aquele computador que insiste em travar quando a gente mais precisa, ou a antena que queria tanto comprar e sai do ar bem no meio do filme que eu esperei toda a semana pra assistir. Então, raiva, indignação, irritação são sentimentos que nos surgem assim que a bendita da modernidade nos deixa na mão. 

No entanto, não adianta, precisamos dessa parafernália! Mas, não podemos deixar que isto nos faça perder a vontade de ter a simplicidade das coisas em nossa volta. Hoje as pessoas se comunicam por e-mails e mensagens, facebook, orkut e ouvir a voz do outro já não é tão importante na comunicação, lembrando claro, que aquela boa e velha carta ninguém mais faz. As crianças vivem no sofá assistindo TV, jogando vídeo game ou na internet e os pais ali implorando por uma atividade física. 

É tempo de rever conceitos e comportamentos, é possível unir modernidade e nostalgia, sem ser careta. Temos de lembrar que o contato olho no olho é bacana, que aquelas piadas sem graça contada pelos nos pais ou amigos, são necessárias para soltar uma bela gargalhada da expressão “entendeu?”. Nossas crianças têm que conhecerem o jogo das cinco Marias, brincar de boneca e casinha, pega-ladrão. Temos que lembrar de contar histórias e não mandar o filho pesquisar na internet. 

O diálogo ainda é a maior armar que os pais têm contra as incertezas que a adolescência traz. Se não nos cuidarmos, daqui a pouco ao invés das crianças pedirem colo aos pais irão pedir pra fazer um download.