Coluna-Ponto-de-Vista-1

Dicas de vídeo com Marco Medina


COMÉDIAS ROMÂNTICAS ESCRITAS PARA IMITAR A VIDA,
 ACABAM MOSTRANDO QUE É A VIDA QUEM IMITA A ARTE

     De uns tempos para cá, com os roteiristas trabalhando cada vez mais em cima das relações humanas e buscando uma fatia de mercado ainda maior, estes profissionais viraram especialistas na comédia romântica com situações e argumentos sugestivos.
     Buscando como fonte os dramas da vida real, eles não se contentam em fazer as pessoas rirem do besteirol entre amantes atrapalhados, ciumentos, furiosos, desconfiados, insatisfeitos, desencontrados e descontrolados, mas que no final, invariavelmente, acabam juntos, endossando e adoçando a velha história de “felizes para sempre”. Então você se dá conta de que a comédia fez você rir, chorar e se emocionar. E, dependendo do filme, a maioria acaba se enxergando naquela estória arquitetada por um roteirista e que originalmente seria ficção pura. Ao  término, alguns vão dizer: “ah...! Isto só acontece em filme!”. Mas outros, admirados e surpreendidos pela veracidade da estória que conta um pouquinho da sua própria história, afirmarão com uma expressão reflexiva e quase categórica: ”isto já aconteceu comigo”.   

     Num domingo destes, em um novo quadro do programa “Fantástico”, exibido pela Globo, surge uma reportagem onde um casal conta a forma insólita como se conheceram – ele se esborrachou no chão depois de escorregar de um andaime, e por pouco não caiu em cima dela. E, ao final da matéria, a mulher diz que chegou à conclusão de que “a gente não escolhe o nosso amor, quem escolhe é o destino”. Em outro episódio do mesmo quadro, uma mulher diz que desejava tal homem, mas que não estava fácil. Ela nunca desistiu e, depois de muitos desencontros, ele não resistiu e hoje vivem felizes com a união e convencidos de que foram feitos um para o outro. Histórias reais contadas por protagonistas reais. Não fosse isso, todos achariam que era roteiro de filme.     
     Sobre isso, um observador que está de fora sentencia: “é a vida imitando a arte”.
     Assim como na vida real dos amantes, as comédias românticas sempre começam com um olhar pra lá de magnetizado, num encontro casual, numa festa de final de ano, numa viagem de férias ou num simples convite.
     É a ficção tentando imitar a vida.     
     Porém, como nem tudo são flores, tem de surgir alguma coisa para atrapalhar, afinal, na vida real as coisas não são tão fáceis assim. E, numa comédia romântica o roteirista tem de criar um incidente qualquer, uma viagem pra bem longe, um ex-namorado ou ex-namorada pra infernizar, um desencontro ou um mal-entendido na nova relação que estava “quase” dando certo. É! O roteirista tem de fazer a história render, então cria alguns entraves que ajudem a preencher aquelas quase duas horas ou mais de filme.
     Na ótima produção JOGO DE AMOR EM LAS VEGAS, com a Cameron Diaz e o Ashton Kutcher, os dois, num pilequinho mais do que turbinado, se conhecem em Las Vegas e casam sob o efeito do álcool. No outro dia se dão conta da bobagem que fizeram e, de comum acordo, resolvem desfazer tudo. Só que, claro, acontece um evento que os obriga a ficarem juntos por seis meses. O final da história você já sabe: é conversando e convivendo que a gente se conhece, se entende, se entrega e se apega. Só que até chegar lá, geralmente as coisas se desenrolam na base do “Deus nos acuda”. Assim como a fruta que “roubamos” do vizinho é sempre a mais gostosa – porque dá aquela trabalheira...!! -, as relações difíceis não ficam atrás. Depois de muito sofrimento, vem a recompensa do tão esperado encontro.     
     HITCH, CONSELHEIRO AMOROSO, nos mostrou de maneira séria e quase profunda – mesmo sendo uma comédia -, que quando encontramos o amor verdadeiro, há sempre um obstáculo a ser enfrentado.
     COMO PERDER UM HOMEM EM DEZ DIAS foi uma das melhores comédias do gênero, com um roteiro pra lá de inteligente e perspicaz, e explora a velha “guerra dos sexos” onde um quer parecer mais difícil do que o outro. Mas, depois de agressões verbais, desaforos silenciosos, cara feia e falsas desistências – como quem diz “tô caindo fora” -, eis que entra em cena uma verdade: eles podem mentir um para o outro e para si mesmos, mas não para o coração. Então, o final é aquele que você já sabe: “felizes para sempre...!”.
     O QUE PENSAM AS MULHERES conta a história de um cara que sofre um acidente, bate com a cabeça, e de repente começa a “escutar” o que as mulheres estão pensando. Ele tenta tirar vantagem disso, se dá mal, e acaba convencido de que não é bom mudar a natureza das coisas. Saber o que as mulheres estão pensando tira aquele “doce mistério” das relações, e pode meter os homens em confusões.
     DE REPENTE É AMOR é um misto de comédia e romance que conta como às vezes as pessoas levam anos para se dar conta de que foi AMOR À PRIMEIRA VISTA, título de uma outra comédia com a Sandra Bullock, onde a sua personagem, funcionária de uma firma de advocacia, percebe que sempre foi apaixonada pelo chefe. Um conhecia mais do outro muito além do que eles imaginavam, afinal, se viam todos os dias. E o desfecho dessa história, óbvio, é aquele...
     Assim como é mostrado nas comédias românticas – com histórias muito próximas do que acontece na vida real -, este tipo de filme, além de entreter, pode ser um ótimo guia ou conselheiro na hora de emplacar ou entender um novo relacionamento, mostrando que as relações não precisam ser tão complicadas assim. A farta imaginação dos amantes platônicos, sem diálogo, quase sempre acaba criando empecilhos que na maioria das vezes nem existe, exatamente como nos filmes. Então, sem que os protagonistas queiram, surge um afastamento gerado pela traição que não houve, pela timidez de um ou de outro - ou de ambos -, que pode ser erroneamente encarada como indiferença até que o roteirista – ou a vida – coloque tudo em pratos limpos, ou seja, esclarecer para resolver.
     Quem assiste comédia romântica - principalmente o público feminino - e se depara com uma situação que visa separar o par romântico logo quando a coisa estava quase engrenando, geralmente protesta pelo desencontro criado pelo roteirista, e chegam a rogar praga para aquele que quer terminar com uma linda história de amor. Mas é desse tempero que vive o “contador” do drama romântico, uma espécie de cupido-indeciso-arrependido que dificulta no início, mas que também se encarrega de ajeitar as coisas quando se aproxima o final da história.         
     Comédias românticas chegaram para agradar e divertir os mais variados tipos de público. E agora, com estes roteiros pra lá de verossímeis, é um gênero que emplacou e que chegou para ficar, principalmente porque tem o forte apelo de fazer o público se identificar com situações nem tão fictícias assim.
     Então, fiquem atentos quando estiverem assistindo a uma comédia romântica. Se as coisas não estão dando certo na vida real, talvez a resposta ou a solução para o problema se apresente em forma de ficção.
     Mas, se a coisa ficar ainda mais difícil, acredite no final feliz das produções cinematográficas e entregue seu futuro nas mãos do destino. Assim como nos filmes, na vida real as coisas acontecem quando menos esperamos e nos locais mais improváveis. E, se é uma verdade o que falamos, pode ser avalizada por uma outra história narrada na TV pelos “atores” reais: um homem e uma mulher que nunca haviam se visto, depois de um bate-boca por causa de um acidente de trânsito, foram para a delegacia e... estão juntos até hoje. Eis aí uma história real que poderia virar filme.
     Então não se surpreenda se você descobrir sua cara-metade - ou realizar o tão esperado encontro com um amor que já considerava perdido - numa fila de banco, ao atravessar a rua ou entre as gôndolas de um supermercado, assim mesmo, igualzinho ao que acontece nos filmes. Aí você sairá convencido (a) de que realmente, em algumas ocasiões, “a vida imita a arte”.    

Fraterno Abraço e um ótimo feriado!

LANÇAMENTOS
   
ALÉM DA VIDA: podemos afirmar com segurança que este é o filme mais sóbrio dentre tantos produzidos na linha “suspense espírita”. E para avalizar o que dizemos, basta citar um nome: o oscarizado ator/diretor Clint Eastwood. Este diretor, mais do que sensato na hora de mostrar um tema delicado – lembram de “Sobre Meninos e Lobos” que lhe valeu o Oscar principal? -, conduz de forma lúcida esta produção que, ao contrário de outras, quase sempre caem no lugar-comum do realismo fantástico. Tendo como fio-condutor o drama de três personagens que nunca se viram – inclusive moram em países diferentes -, mas que tem seus destinos cruzados por força de acontecimentos que mudaram suas vidas, a história fixa como eixo-principal a personagem do talentoso Matt Damon, um operário norte-americano que, em função de uma enfermidade na infância, começou a estabelecer contato com o mundo dos espíritos. Com uma cena de abertura que inclui a perfeita recriação do Tsunami que se abateu sobre o continente asiático em 2004, este promete ser um dos melhores e mais bem cuidados filmes do gênero. Destaque para uma informação científica sobre o fenômeno da Experiência de Quase-Morte, divulgada pela personagem de uma médica respeitada na comunidade neuro-científica.
Tema/gênero: vida após a morte/suspense dramático         Tempo: 128 minutos

VOCÊ DE NOVO: a abertura da coluna “Dicas...” de hoje foi sobre a tão disputada comédia romântica. Agora, indicamos esta que, como diz na sinopse de contracapa do filme, é um “banquete de gargalhadas”. Além de apresentar o talento da Kristen Bell, Sigourney Weaver, Jamie Lee Curtis, Odette Yustman e a impagável Betty White, teve a felicidade de criar uma história que explora uma situação – como argumentamos há pouco -, nem tão fictícia assim, pois narra o inferno que se transforma a vida de Marni (Bell), quando seu irmão anuncia o casamento com a sua arqui-inimiga dos tempos de escola. Para colocar ainda mais pimenta no que já se desenhava com uma grande confusão, a mãe de Marni (Curtis) se reencontra com seu próprio pesadelo da época de escola. Uma história com um time de personagens malucas que garante muitas risadas. Imperdível!

Tema/gênero: relacionamento/comédia                                 Tempo: 105 minutos

SECRETARIAT, UMA HISTÓRIA IMPOSSÍVEL: como o próprio sub-titulo diz, parecia impossível, mas já que é baseada numa história real, prova como em determinadas situações a força de vontade, determinação e um pouco de sorte podem mudar muitas vidas. Lembram do “Seabiscuit”? Pois é! Esta é muito parecida, já que o astro principal é o cavalo “Secretariat” (secretário), que tem como proprietária uma dona-de-casa que abriu mão de quase tudo para apostar no quase falido haras da família. Com atuações mais do que talentosas, Diane Lane e John Malkovich complementam o sucesso desta produção que vai emocionar até o mais duro dos homens. Se você gostou de “Sonhadora”, não deixe de ver. Um filme indicado para toda a família e que, acima de tudo, fala de esperança, emoção e coragem.

Tema/gênero: coragem/drama                                                  Tempo: 123 minutos

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22.06.2011
ANIVERSÁRIO DE 15anos

RUA MASCARENHAS DE MORAES, 642
14 ÀS 22 HORAS

PROMOÇÃO PERMANENTE

2 FILMES > PRAZO DE PERMANÊNCIA > 48 HORAS

PACOTE COM 4 FILMES > PAGUE SOMENTE 3 > 48 HORAS

PACOTE NA SEXTA > DEVOLUÇÃO NA SEGUNDA-FEIRA

PACOTE NO SÁBADO > DEVOLUÇÃO NA TERÇA-FEIRA

4 comentários:

  1. Parabéns ao blog!!
    Sempre sigo as boas dicas de filme do querido escritor Marco Medina, culto, inteligente e sábio!

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  2. a expressão comédia romântica seria um pleonasmo??
    Parabéns pela coluna.beijo

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  3. E daí Marco? Já reelí mais de dez vezes o teu Retorno do Aprendiz, é um baita livro, porque tu nunca reeditou?

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  4. Realmente, a ficção as vezes mostra situações que você chega a pensar: poxa vida tinha alguém vendo o que me aconteceu?? Mas é apenas conhecidencia.
    Mas não podemos negar que algumas vezes aquele sentimento que não se esperava toma conta, todo mundo pensa NO AMOR E NA GUERRA VALE TUDO!!, e ai começa aqueles momentos comédia real que depois todos dão risadas lembrando das manhas e joguinhos pra tentar chamar atenção de alguém. Mas qual seria o sentido da vida sem momentos de comédia, não é?
    Adorei a coluna.
    Abraços
    Fê Diverio

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