Coluna Giancarlo Bina

                                                       VIVA O RÁDIO – PARTE 5

     Na última crônica, relatei sobre algumas dificuldades que tínhamos em relação a deslocamentos pelo interior do Estado, quando de algumas transmissões esportivas. O grande público, por vezes, não sabe o que acontece antes de uma transmissão ir ao ar. Os gastos são bem significativos, especialmente para as emissoras do interior, que sobrevivem com grandes dificuldades financeiras.

     Vamos a mais uma história, acontecida em meados de 2003, quando o São Gabriel Futebol Clube se deslocou à Bento Gonçalves para enfrentar o Esportivo. As duas equipes vinham bem no Campeonato e, para que seus jogadores tivessem um maior descanso, a direção do São Gabriel resolveu viajar um dia antes. Dessa forma, os jogadores poderiam ter uma noite boa de sono e descansarem para o compromisso do dia posterior. O Jota Bina viajou com a delegação, já citei que a Rádio São Gabriel não tinha unidade móvel para este tipo de deslocamento.

     Um dia antes da viagem, o Jota, sempre ansioso (acho que herdei dele isso...), me chamou de canto e disse: “Tu vais fazer o meu programa e, quando eu ligar para fazer o boletim da chegada do time à Bento, me chama de imediato porque temos poucos créditos para gastar com o celular.” Disse que estava certo, que ele ligasse e que o profissional da técnica passaria a ligação de imediato, ao vivo, para que ele desse o boletim e não gastasse tanto.

     Dia anterior ao jogo, estou apresentando o programa noturno de esportes da Rádio São Gabriel e converso com o maratonista Antônio Paulo sobre sua possível participação na Corrida de São Silvestre. Faço a pergunta ao maratonista e, no mesmo instante, o técnico de estúdio faz sinal de que o Jota Bina estava a postos para passar as informações do time do São Gabriel. Aguardo o Antônio Paulo responder e, durante a sua reposta, o Jota entra dizendo: “Avisa o Giancarlo que já estou gastanto 3 pila nisso aqui!”Imediatamente o maratonista interrompe sua resposta e chamo o Jota, direto de Bento.

     Já entrava para a história a interrupção abrupta da entrevista, mas o Jota, não satisfeito, deu o seu “boa noite” e perguntou: “Aqui , em Bento, 21 horas e em São Gabriel, Giancarlo?” Não poderia perder essa oportunidade, já que o momento pedia e o Rádio, você sabe, sugere sempre o imediatismo. De pronto, respondo: “Aqui também são 21 horas, Jota Bina, afinal de contas, estamos no mesmo fuso horário”...(hehehehe)

     Assim como esta, existem tantas outras histórias. Sigo trazendo algumas delas porque fazem parte do nosso mundo, do nosso cotidiano e, por vezes, retratam nossas vidas. Relembro de todos os companheiros do Rádio com muito carinho, de muitas jornadas e também dos frutos que colhemos ao passar por essas experiências. Hoje, ao nos reencontrarmos, fazemos releituras dessas histórias e damos saudáveis risadas das mesmas. Assim sempre será. Viva o Rádio!