Coluna Giancarlo Bina
VIVA O RÁDIO – PARTE 4
Poucos times mobilizaram tanto uma comunidade, em tão pouco tempo, como o São Gabriel Futebol Clube, no início da década de 2000. A ascensão para a Primeira Divisão em um jogo épico contra o Inter de Santa Maria, em 2001, entrou para a história do futebol gabrielense. A torcida invadiu Santa Maria e comemorou muito a classificação, em pleno Estádio Presidente Vargas. Estávamos lá e tivemos a mesma alegria por, depois de tantos anos acompanhando o futebol gabrielense, ver um time de nossa cidade ascender ao campeonato mais importante de nosso pago.
Logo após, vieram o sucesso no Gauchão do ano seguinte, com o vice-campeonato do interior e uma boa participação na Copa do Brasil, com vitórias sobre Figueirense e Palmeiras. O futebol da terra estava em alta, o estádio lotava, a torcida se empolgava e o Rádio, maior veículo de informação popular, também ia à reboque.
Pois, em uma das tantas viagens pelo interior do estado, fomos acompanhar um jogo decisivo do Gauchão 2003: São Gabriel x Pelotas, na Boca do Lobo. A Rádio São Gabriel não dispunha de unidade móvel e, portanto, tínhamos de viajar em carros particulares ou acompanhando a delegação.
Nesta viagem, coloquei à disposição meu Celta preto, modelo 2001, onde fomos eu, Jota Bina e Caco Freitaspara efetuar mais uma transmissão . Viagem de ida tranquila, apesar das inúmeras “crateras” na estrada de Santaninha, domingo bonito, muito Sol, calor e a expectativa de uma classificação para a próxima fase da competição.
Ao chegarmos ao Estádio e tentarmos fazer a conexão com São Gabriel descobrimos que não havia linha reservada para a transmissão. Correram uma, duas, três horas, o jogo começou e nada...nada de sinal.Mandei algumas informações via telefone celular, fazendo registros junto à torcida e jogadores. O Jota Bina bufava, o Caco Freitas corria de um lado a outro do Estádio e o Pelotas empilhava gols no São Gabriel. Não foi uma tarde positiva de nossa defesa, o jogo terminou 5 a 1 para o Pelotase nossa transmissão foi para o brejo. Ao retornarmos, uma das “crateras” de Santaninha praticamente engoliu o pobre Celtinha, quebrandoa suspensão e furando dois pneus do carro. Ficamos duas horas esperando o guincho para nos conduzir até Caçapava, onde os danos foram parcialmente reparados.
O Rádio esportivo tem suas histórias, são inúmeras.Retornamos para nossas casas, sãos e salvos, com a certeza da “tentativa” do dever cumprido, se é que isto existe. O melhor de tudo foi que o São Gabriel, mesmo com a derrota, se classificou para a próxima fase e nos deua oportunidade de viver novas histórias. Isso é o que vale: viver o momento e ter histórias para contar. Viva o Rádio!
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