Coluna Giancarlo Bina
VIVA O RÁDIO – PARTE 6
Ser repórter de campo ou quadraem uma transmissão de futebol é uma tarefa árdua. Você se coloca sempre na busca da notícia imediata, antecipa o fato e leva a melhor informação ao seu ouvinte. Chegaduas horas antes do jogo começar, auxilia o técnico de som a carregar os fios de microfones e normalmente é o último a sair. Além disso, enfrenta algumas intempéries, especialmente em jogos fora de sua cidade.
Grandes repórteres de campo de nossas rádios tais como Jota Bina, Devanir Freitas, Abel Lopes, dentre outros certamente já passaram por situações semelhantes aque vou descrever. O fato se torna mais inusitado por acontecer aqui em nossa cidade, em uma das grandes decisões do futsal, no fim da década de 90.
Fomos transmitir, pela Rádio Batovi(Jota Bina, Nilton da Luz e eu), uma semifinal do campeonato da cidade, envolvendo Nacional e Santa Cruz. Quem já viveu a experiência de ir ao Ginásio Plácido de Castro, naquela época , deve imaginar o cenário desse jogo. Eram e são duas equipes que sempre tiveram grande rivalidade, pois habitulamente estãoà frente nas competições que disputam. Além disso, suas torcidas normalmente são organizadas e a rivalidade nasce e cresce por estas paixões.
O jogo é um clássico, as duas equipes mostram dentro de quadra o porquê do respeito que sempre tiveram de seus adversários. Jogadores de qualidade, técnica apurada, lances ríspidos, alguns desentendimentos, nada além do normal para uma decisão.
Próximo ao final do jogo o árbitro marca uma penalidade à favor do Santa Cruz. A torcida do Nacional se revolta e começa a lançar objetos para dentro da quadra. Um deles, uma bergamota de aproximadamente 20 cm de diâmetro e meio quilo (!) atinge minha cabeça e lança meus fones em direção ao centro quadra. No momento de confusão não sei se choro, coloco as mãos na cabeça ou invado a quadra para pegar os fones. A pancada foi forte, mas com o auxílio do saudoso árbitro Gabriel Maraschin me recomponho. Ele pega os fones, devolve em minhas mãos e agradece porque provavelmente aquela bergamota estava endereçada a ele, que estava quase a meu lado na confusão.
A partida segue, tudo termina com vitória de vencedores e vencidos. Sim, vitória de ambos, pois naquela fase, o futsal de São Gabriel chegou a ser o quarto melhor do Estado. De minha parte, aprendi a transmitir assim como dirijo um automóvel, prestando atenção em mim e nos outros. Assim também é a vida. Viva o Rádio!
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