Espaço do leitor
Novas Invasões, Nada de Novo
Neste exato momento, o Rio Grande do Sul vive mais um episódio de agressão institucional ao Estado de Direito e à segurança jurídica no campo, com a invasão simultânea de três propriedades rurais, em Sananduva e Viamão, sob a liderança dos agroterroristas do MST. O governador do Estado, depois de ratificar às lideranças do agronegócio gaúcho que não seria condescendente com agressões à ordem pública, hesita ao máximo em fazer cumprir a lei e acionar as forças de segurança para cumprir as reintegrações de posse.
A hesitação do governo não é grave apenas do ponto de vista institucional. Por maiores e conhecidas que sejam as simpatias ideológicas que unem o movimento ao partido do governador, um governante é eleito não apenas para “jogar para a torcida”. Um gestor público tem responsabilidades que a Constituição lhe impõe, e uma delas é garantir a segurança jurídica e moral dos contribuintes que, afinal de contas, sustentam o Estado com a riqueza que produzem.
Ao permanecer sem tomar uma decisão efetiva, o governador contribui para fortalecer um movimento que age à margem da lei, justamente no seu momento de maior fragilidade. Nos oito anos de governo Lula, a reforma agrária, ao contrário do que se anunciava, diminuiu, e o crescimento do emprego, impulsionado pelo bom desempenho do agronegócio, esvaiu a militância tradicional do movimento, que recrutava seus pares especialmente entre os desempregados urbanos. Até mesmo as políticas de geração de renda, criadas no governo FHC e apropriadas por Lula, contribuíram para transformar muitos acampamentos em verdadeiras cidades-fantasma. Estas invasões tem o único objetivo de buscar um novo fôlego para uma organização que agoniza, e o governo, por hesitação ou simpatia, contribui para este teatro perigoso.
Ao menos, esta triste notícia serve como alerta para os que ainda acreditavam na pantomima do tal “Conselhão”, onde representantes do MST ocupavam o mesmo espaço que representantes do agronegócio, conferindo uma legitimidade absurda a uma organização que conspira contra os termos da ordem pública. Que sirva como reflexão, e que o Rio Grande cobre de seu governador que haja nos termos da lei, e não de acordo com suas predileções ideológicas.
Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
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