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Seca: decreto de emergência em fase de elaboração

Reunião encaminhou definições para o decreto
Foto: Josiane Torres/Especial
Uma reunião na manhã desta quarta-feira (11) entre a Comissão Municipal de Defesa Civil e lideranças do agronegócio local tratou dos detalhes para a formatação do decreto de Situação de Emergência em São Gabriel, por conta da forte estiagem que castiga o Estado desde novembro do ano passado. A reunião foi realizada no Sindicato Rural de São Gabriel, sob a coordenação do presidente da entidade, Tarso Teixeira, com a presença do presidente da Comissão de Defesa Civil, Luiz Fernando Porto, e do secretário da comissão, Luiz Alberto Flores Gonçalves.
No encontro, Luiz Fernando Porto ressaltou que a Defesa Civil Municipal já providenciou a Notificação Preliminar de Eventos – NOPREV, documento necessário para iniciar a formalização da situação de emergência junto à Defesa Civil Estadual. “A partir de agora começa o levantamento fotográfico e coleta de dados para compor o AVADAN (Relatório de Avaliação de Danos), item indispensável para participar do plano de contingência estadual”, afirmou. O coordenador da Defesa Civil recebeu do presidente Tarso Teixeira um relatório compilado na sexta-feira passada, que estima os prejuízos em cerca de R$ 86 milhões. “Se não houver chuvas ainda esta semana, o prejuízo será muito maior, especialmente nas culturas de arroz e soja”, assinalou.
Em algumas comunidades, começa a faltar água para o consumo humano. Segundo o secretário da Agricultura, Erasmo Chiapetta, esta já é a realidade de doze localidades do interior, especialmente na Grande Catuçaba, Suspiro, Von Bock e adjacências. Segundo Rodolfo Gonçalves, presidente da Associação dos Sojicultores, a quebra já existente na safra de soja anda ao redor dos 30%, não contabilizados os que deixaram de plantar por já não contar com reservatórios suficientes, reflexo da seca do ano anterior. “Se houver uma chuva ainda nesta semana, as plantações de ciclo médio podem ainda ter alguma recuperação”, espera.
O diretor local do IRGA, Luciano Correa Hanemann, ressalta que a área plantada de arroz já foi bem menor neste ano por conta da estiagem anterior, e que o déficit hídrico só tem crescido. “Os prejuízos para toda a economia prometem ser grandes, com reflexo no ICMS dos próximos dois anos e queda imediata no comércio e serviços”, acrescenta.
O trabalho da Defesa Civil é incorporar novos dados ao relatório, para subsidiar o decreto e levar à sanção do prefeito Rossano Gonçalves. “Vamos trabalhar em unidade com as forças da sociedade, para buscar respostas a estes desafios”, ressaltou Luiz Fernando Porto.


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