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Airton Bittencourt

Colunista do blog

"Demóstenes, Cachoeira abaixo"

Um relatório da polícia do Senado, que a TV Globo teve acesso, revela que assessores do bicheiro Carlinhos Cachoeira visitaram diversas vezes o senador Demóstenes Torres, no gabinete dele. Nesta quarta-feira (23), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, mandou informações à CPI.

O procurador encaminhou as respostas por escrito. No documento, diz que não deu andamento a operação Vegas, a primeira a descobrir a quadrilha de Cachoeira, em setembro de 2009, para possibilitar a retomada da investigação, que se mostrava promissora.

Gurgel diz que em março deste ano recebeu o inquérito da operação Monte Carlo, a que resultou na prisão do bicheiro e 19 dias depois, pediu ao Supremo Tribunal Federal para investigar o senador Demóstenes Torres e três deputados federais e completou: "se não fosse assim, não seria desvendado o esquema criminoso protagonizado por Cachoeira".

Na CPI, os delegados que comandaram as duas investigações, disseram que a operação Monte Carlo não é continuação da Vegas. Nesta quarta-feira, um relatório da polícia do Senado, que a TV Globo teve acesso, revela que integrantes da quadrilha costumavam visitar Demóstenes Torres no gabinete desde 2007.

Segundo o documento, no ano passado, um assessor do bicheiro, Gleyb Ferreira da Cruz, foi recebido pelo senador duas vezes e um dos principais auxiliares de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, conhecido como Dadá, esteve no gabinete do senador pelo menos quatro vezes em 2007, e outras quatro em 2008. Nesta quinta-feira (24) ele será ouvido na CPI, mas segundo o advogado dele, não responderá às perguntas dos parlamentares.

Nesta quarta, Demóstenes esteve no plenário. O isolamento político é claro. Duas testemunhas de defesa dele se recusaram a prestar depoimento no Conselho de Ética.

Na próxima terça-feira dia 29 de maio de 2012 nós vamos ouvir o senador Demóstenes Torres e a partir daí eu vou elaborar o meu relatório que eu pretendo concluir e aprovar no Conselho de Ética antes do final de junho”, fala o relator do Conselho de Ética, senador Humberto Costa (PT-PE).