Exclusivo: Elder Corrêa fala sobre 4º livro ao Coluna Ponto de Vista
O jornalista Elder Corrêa, e que integra a equipe do blog Coluna Ponto de Vista, lança seu 4º livro, no dia 27, na Feira do Livro de São Borja. Diário de Bicicleta – Pedaladas Jornalísticas e Narrativas do Cotidiano é um livro-reportagem que traz 15 histórias encontradas pelo autor em sua busca pelo inusitado, a partir de flagrantes do cotidiano captados em suas pedaladas pela cidade.
As entrevistas foram realizadas durante o mês de agosto de 2011, quando o autor saía de bicicleta pelas ruas de São Borja sem saber o que encontraria pelo caminho e sobre o que escreveria quando voltasse para casa. Com o pensamento de que tudo pode ser notícia, encontrou grandes histórias, onde muitos sequer notariam a presença daqueles que se tornaram personagens de seu livro.
Sendo assim, na tarde de quarta-feira, o autor concedeu entrevista exclusiva a Anderson Almeida. Confira o que disse o talento jornalismo:
Sendo assim, na tarde de quarta-feira, o autor concedeu entrevista exclusiva a Anderson Almeida. Confira o que disse o talento jornalismo:
1- Qual a sensação de lançar um livro baseado em histórias ouvidas
andando de bicicleta?
As histórias das pessoas sempre me
encantaram, por mais comuns que possam parecer. Mas buscar histórias
inusitadas, curiosas que passam despercebidas pela mídia tradicional e até
mesmo pelos personagens, contando tudo isso em um livro de reportagens-crônicas
foi uma forma de unir a literatura ao jornalismo e á curiosidade.
Uma das primeiras lições que aprendi
na faculdade foi o dever de cumprir o deadline, o prazo limite de entregar a
matéria escrita. Como nunca gostei de acelerar a fala do entrevistado e muito
menos falar por ele, pensei em utilizar a bicicleta para diminuir o tempo entre
o final da entrevista e a mesa de redação, ganhando tempo para a conversa e
para a produção textual.
Porém, de bicicleta, me deixei levar
por ruas, becos, avenidas, lugares que não conhecia e por estes caminhos via a
possibilidade de transformar as histórias encontradas em notícias.
Problematizando alguns preceitos
jornalísticos, passei a fazer algo diferente da forma como a imprensa,
genericamente, pensa o jornalismo. Incorporando o personagem Repórter de
Bicicleta, como fiquei conhecido.
2- Como surgiu essa ideia? Se baseou em alguém?
Apesar de não haver nenhum autor
teorizando sobre jornalismo humanizador, inspirei minhas saídas a campo em
busca de histórias para contar, em jornalistas renomados, como a ex-colunista
da ZH e atual repórter da revista Época, Eliane Brum, no colunista Fabrício
Carpinejar, no jornalista Caco Barcellos e também nos ensinamentos da minha
professora, orientadora do projeto e também colunista Adriana Duval, todos que
perseguem esse jornalismo das histórias humanas. Além destes, poderia citar
inúmeros outros repórteres e até escritores que me inspiraram direta e
indiretamente, seja pela abordagem de pautas, pela literatura ou pelo estilo
textual.
Um ponto positivo deste lançamento é
que se antes não havia produção teórica sobre jornalismo humanizador, agora o
livro Diário de Bicicleta é pioneiro em teoria e prática desta nova tendência
jornalística, encontrada atualmente nos principais veículos de comunicação
brasileiros.
3- Com o cancelamento da Feira do Livro, sabes onde vai lançar o livro
em São Gabriel?
Pelo que sei, vai ter Feira do livro
aqui. Participei com dois livros escritos em coautoria com meu amigo e colega
Lucas Loch, da primeira Feira do Livro de São Gabriel, aprontando os livros na
última hora. No primeiro dia nem quiseram que a gente ficasse ali, então
pegamos doas mesinhas, uma toalha e alguns cartazes e nos postamos de frente
para a Feira e começamos a vender nossos livros, até que nos chamaram para
participar na Feira com os outros. Tenho certeza que esse ano vai ser mais
tranquilo, e se não sair, pego uma mesinha, uma toalha, um cartaz e repito o
que fizemos em 2007.
4- Pretendes lançar outro livro em breve?
Posso te dizer que tenho ideia para
pelo menos dois outros livros, mas talvez um seja executado em um ano, que
seria uma forma de eu voltara escrever de uma só vez esporte e ficção, que
foram as características dos meus primeiros textos.
5- Qual o seu futuro no jornalismo. Pretende seguir na rádio e blog Coluna
Ponto de Vista, pretende trabalhar em algum jornal ou apenas ficar como
assessor de imprensa e seguir escrevendo livros.
Quando eu entrei na faculdade, minha
meta era ser repórter da Zero Hora, antes de me formar participei de uma
seleção de estudantes de jornalismo e fiquei em segundo lugar. E logo ao sair
da faculdade me vi ainda mais perto desse objetivo, passei por algumas etapas
de seleção, mas acabei caindo na penúltima prova. Ficou a experiência do
processo seletivo criterioso, e sigo com o mesmo objetivo de trabalhar na Zero
Hora futuramente, pois estou muito contente com meu trabalho. Por hora não
tenho plano de sair de São Gabriel. Quero ver a rádio web coluna ponto de vista
crescer e ajudar nisso, com um planejamento de continuidade de programação. Já
o livro, como disse, quem sabe ano que vem tenhamos minhas 5ª produção.
6- Gostaria que fizesse uma análise sobre você, seu perfil como escritor
Pelo meu histórico posso dizer que
primeiro fui escritor, depois jornalista. Já no livro, me apresento como
jornalista que se utiliza de ferramentas da literatura. Na verdade não sei
diferenciar isso, pois sou escritor e sou jornalista e sou a mesma pessoa. Como
jornalista, nunca acho que um texto é apenas um texto, que uma matéria é apenas
mais uma matéria, mas uma história. E a diferença dela para uma obra de ficção
é o simples fato de ser real. Como escritor, também considero que a diferença
de uma crônica com história imaginada para uma de história real, é que ela é
fruto da criatividade e imaginação. Ou seja, tudo é a representação da
realidade. Ou da realidade de um tempo, pessoa ou lugar real; ou do que para mim,
no âmago dos meus pensamentos poderia ser história verdadeira.
Disk-notícia:(55)9 9664.2581