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Vanusa Amado de Oliveira
Colunista do blog

Lei de Cotas 

A Lei de Cotas que foi aprovada no Senado prevê metade das vagas de universidades federais para alunos oriundos da rede pública (cotas raciais e sociais). 

Elaborada inconstitucionalmente, com a sede de buscar igualdade os legisladores acabam dividindo toda uma sociedade, o efeito de distribuição de direitos para brancos e afrodescendentes poderá trazer consequências mais graves, assombrando futuras gerações. 

Para superar as igualdades em relação ao material, as políticas públicas de inclusão social dão sustentabilidade para reverter a situação sócio econômica, há chances de um pobre deixar de ser pobre, mas o afrodescendente ao aceitar esta política de inclusão não deixará de ser afrodescendente. O Estado ao impor regras ao afrodescendente, ou ao branco, fica explicito o meio obvio de discriminar, marca para sempre a identidade racial. 

A Lei de Cotas Raciais desvia totalmente a atenção, tirando do foco o que realmente precisa ser regulamentado, o compromisso com uma educação de base feita com qualidade e comprometimento com o futuro de cada cidadão. Ao colocar um afrodescendente que vem de uma escola com qualidade de ensino precária a frente de um branco que vem de uma escola com ensino de qualidade é criar um oceano de desigualdade. O choque com que esta realidade se dá forma uma sociedade cada vez mais distante, é como juntar a água e o azeite em um único recipiente, ficará a água no lugar da água e o azeite no lugar do azeite. 

Diferenciar afrodescendentes de brancos já está mais do que provado que raça não existe, temos o mesmo gene, somos seres humanos, está é a maior provação que passamos a entender muitas vezes e sem saber o porquê fazemos distinção somente naquilo que nos é visível. 

A ganância pelo dinheiro, pelo poder, por uma situação econômica favorável fez com que o branco pisasse em cima do afrodescendente, do seu trabalho para poder colher frutos que não fez esforço algum para plantar, semeou tensões, conflitos, morte, dor por um objetivo que não levou em conta em nenhum momento a devastadora discriminação. 

O racismo é totalmente apontado pela sociedade principalmente quando é aprovada uma lei que aponta as pessoas para determinado grupo racial, isso fere seus direitos, detona com os seus deveres perante a sociedade cria seres humanos desacreditados no próprio futuro. 

Não podemos curvar o país a uma política que escraviza novamente as pessoas em brancos ou negros de antigamente, pois hoje titulados por afrodescendentes em nada ameniza a dívida que a sociedade tem para com eles. Lutamos a cada dia para que todos sejam seres humanos apenas, nem mesmo sabemos por que discriminamos então como sustentar algo que não sabemos o porquê, da existência. Como ao ingressar em uma Universidade saberemos quem é exatamente afrodescendente ou exatamente branco. 

As políticas de cotas é a forma errada para conserto daquilo que já nasceu errado o que as universidades públicas precisam é democratizar o acesso e, para isso, deve-se mudar a forma de ensinar e buscar uma educação de massa de qualidade desde o ensino básico. Não é possível moldar pessoas depois de já terem uma determinada formação, o que precisamos é ter uma raiz cultivada para ter frutos fortes, que ao colhermos podemos fazer com que o aproveitamento seja o máximo do conhecimento de cada um. A formação de base, o investimento na educação nos primeiros anos de vida já começaria a mudar a visão que temos da sociedade e recuperar todos esses anos de desigualdade e discriminação, que embora sutil, ainda incomoda a evolução da sociedade como um todo.

Um comentário:

  1. Pelo que entendi teu problema é com as cotas RACIAIS?
    Qual tua formação, se for em DIREITO, tenho certeza que não foi na UFSM!!!

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