Espaço do leitor
Que venha 2013!
Encerramos mais um ano, e passada a euforia das comemorações, é imperativo que se faça uma reflexão do período que passou, para projetar as perspectivas do novo ano que se inicia, e que já começa sem sinal algum da estiagem que castigou o começo de 2012, respondendo por prejuízos severos na economia de diversos municípios gaúchos. Apesar disso, como se demonstrou ao longo do ano, o agronegócio se superou e foi, mais uma vez, a grande salvaguarda da balança comercial brasileira, diante do fracasso da indústria e do setor de serviços, fortemente abalados pela crise econômica mundial que perdura desde 2008.
Previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que o faturamento bruto da agricultura atingirá R$ 225,3 bilhões, com expansão de 12,3% em comparação com 2011 De uma forma geral, economistas passaram o ano torcendo o nariz contra o sucesso do agronegócio, com previsões apocalípticas sobre o Brasil estar retrocedendo ao estado de “exportador de commodities”. Só pode falar isso quem não conhece a fundo o agronegócio brasileiro, que há tempos deixou de ser apenas matéria-prima. O arroz que chega à mesa do trabalhador, por exemplo, é o resultado final de um processo que envolve muita pesquisa, tecnologia e valor agregado, com um beneficiamento industrial que gera empregos e riqueza em escala. O mesmo pode ser dito da carne, do soja, e outros tantos produtos.
2012 foi ano de eleições municipais. A adaptação das novas equipes à realidade da máquina pública consome tempo, mas breve os eleitos, independente da ideologia, perceberão que o agronegócio é um aliado do desenvolvimento das comunidades locais. O retorno de divisas do Fundo de Participação dos Municípios, do ICMS, e de tributos municipais como o ITR e as taxas de licenciamento ambiental, depende de uma relação direta e harmônica com as forças do setor rural, para que haja prosperidade econômica nos municípios de economia eminentemente agropecuária.
Ainda há desafios a serem suplantados. 2012 nos trouxe avanços importantes na questão do endividamento da lavoura de arroz e as discussões em torno do zoneamento agroclimático da soja. É preciso aproveitar 2013 para encontrar uma equação que tenha estas questões solucionadas permanentemente, evitando desgastes e impasses desnecessários, promovendo a concórdia entre governo e agronegócio. Se assim ocorrer, 2013 tem tudo para trazer ventos favoráveis ao setor mais competitivo e pujante da economia brasileira e gaúcha.
Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel
Vice Presidente da Farsul
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