Ver Direito
Advogado e Colunista do blog
OAB-RS 70.046
Especializado em Direito Tributário,
Econômico e Financeiro.
Atuante na Área do Direito Militar.
LIDERANÇA V
Com imensa satisfação volto
a manter contato com o prezado internauta para tratar de mais um artigo sobre
liderança. Neste trataremos a Liderança
Estratégica, ou seja, aquela que
exercida pelas “ mentes pensantes” de
uma empresa, e que por isso têm a
responsabilidade de planejar estrategicamente seu destino nos próximos anos.
São aqueles que deverão dedicar maior parte de seu tempo tendo uma visão do
futuro e posicionando a Organização de
forma a obter sucesso a longo prazo.
Nesta liderança há uma profunda diferença das anteriores. O nível da
incerteza, da complexidade, da ambigüidade e da volatilidade do tempo para a
tomada da decisão são maiores. Assim a tríade de Clausewitz - Governo- Forças Vivas e Povo- são
determinantes na montagem de uma estratégia de ação. Aquele que não conseguir o
consenso de sustentação de cada um destes estará fadado ao insucesso.
O líder estratégico
enfrentará desafios novos, o qual deve dedicar especial consideração sob pena
de ter sua liderança questionada. São eles: evolução para novos desafios,
flutuação de orçamentos, avanços rápidos da tecnologia, deslocamento (manipulação)
de atitudes do público e formação de blocos econômicos.
Uma vez situado neste quadro
é responsabilidade do líder estratégico ser o mestre da INFORMAÇÃO
e da INFLUÊNCIA, chamando para
si a responsabilidade da decisão. Quanto a primeira o Líder deve se munir do
máximo de informação possível a respeito
de seus concorrentes. Quanto a influência o conselho é ouvir.
Além destes desafios, o líder terá forças externas
impactantes que são as principais preocupações do pensamento estratégico. A
seguir faremos rápido comentário a respeito destas forças, objeto de cuidado do
líder estratégico São elas:
- ameaças externas à empresa. Esta é a de maior efeito e preocupação para o líder estratégico, principalmente com o
aumento indiscriminado de conflitos regionalizados, atividades terroristas,
proliferação do tráfico de armas e drogas. Assim, a incerteza aumenta e caberá
ao líder estratégico manter sua empresa preparada em tempo real;
- alianças. Aqui, devem ser
considerados os fatores econômicos, políticos e culturais que poderão
influenciar tomadas de decisão. Saber quem são os aliados e quem os adversários
(concorrentes) em potencial é tarefa preponderante;
- cultura. Somos integrantes da sociedade e como tal somos afetados pela
influência dos valores que a moldam. Uma empresa que reflete a opinião e os
valores da sociedade manterá o respeito e a confiança;
- opinião pública. Os líderes estratégicos devem
ter muito cuidado com a opinião pública.
Por isso é aconselhável que revisem antecipadamente o impacto de suas decisões
e ações. Neste particular a mídia exerce papel fundamental, acrescido do fato
de não ter compromisso e sim em satisfazer o público, que deseja ouvir ou ler
uma resposta empática. Portanto, o conselho é “não tentar enganar a mídia, nem sonegar informação”. É sempre
preferível a publicação do que realizamos e nos interessa, do que deixar à
critério do jornalista, que às vezes necessita preencher um espaço;
- orçamento. Está claro que o orçamento
tem grande peso na tomada de decisões estratégicas. Os líderes devem ser
defensores ferrenhos de suas exigências e apresentarem avaliações reais dos
riscos e conseqüências do não atendimento a determinados programas;
- tecnologia. O desenvolvimento tecnológico nos últimos tempos foi tal que efetuou
profundos efeitos em qualquer empresa ou prestadora de serviços. Trouxe
vantagens quanto ao comando e controle, quanto à projeção, quanto à logística. Aumentou
ainda a rapidez na resposta às exigências do cliente, a precisão dos produtos
entre outras tantas evoluções. Isso tudo junto aumentou a complexidade do Gestor.
O líder deve entender isto e usá-lo como recurso a sua disposição.
Dessa forma , entendemos que irão enfrentar desafios novos, mas com estudo e bom senso saberão solucionar
cada uma das dificuldades, cada um dos obstáculos que surgirão.
Mas, existe uma habilidade
estratégica que este líder pode e deve fazer uso. Chama-se o “poder de influenciar os demais”. E
para fazer uso disto irá disporá de três abordagens práticas, que são: argumentar, inspirar e consultar.
A argumentação é a forma mais eficaz de influência. Aí incluso o fato
de explicar as razões de sua determinação (persuasão racional). É mais usada
para convencer em especial os chefes, porém, em determinadas situações podem
ser utilizadas em pares e colaboradores. Deve-se ter em mente que o verdadeiro
compromisso, em vez da mera obediência, atrai o coração e a mente.
A inspiração, diferentemente da primeira, que vai ao cérebro, apela
para o coração. Tem por objetivo gerar entusiasmo e compromisso. Um dos
importantes segredos da inspiração é conhecer
os valores pessoais de cada um de seus liderados.
O consultar será onde haverá participação das pessoas no
planejamento, na proposta, na atividade ou na mudança. Assim o líder irá
comprometê-los com a tomada da decisão e envolvê-los na implementação da decisão.
As pessoas têm que saberem que suas contribuições são valorizadas (auto-estima),
servindo também para a manutenção do respeito próprio e o do liderado.
Encerrando o presente artigo
e à título de cooperação deixaremos, uma metáfora das principais
características que deva possuir um verdadeiro líder estratégico. Seria as de
um equilibrista tendo que chegar ao outro lado de uma corda bamba. Precisará de
concentração, de equilíbrio e de coordenação.
A concentração é a manutenção do seu foco visual no futuro, sabendo
os pontos fortes e fracos da sua organização. É a percepção do que deve ser
feito agora para obter benefício no futuro. É o que alguns especialistas chamam
de “visão da imagem do sucesso do
futuro”.
O equilíbrio é o balanceamento dos variados tipos de exig6encias que
surgirão ao longo da trajetória da organização. Para isso deverá:
- Esclarecer o foco
estratégico e prestar atenção aos seus aspectos negativos;
- Ser decidido quando
necessário e incentivar os outros a também sê-lo;
- Mudar quando preciso,
mantendo o senso de coerência e o do aprendizado pela experiência.
A coordenação é a atividade que os líderes eficazes tem dado maior ênfase na atualidade.
Deverá, estimular a cooperação entre as pessoas que realizam trabalhos em
diferentes locais e buscar o envolvimento ativo e diário do liderado para com a
sua missão e com a da organização.
Assim
encerramos esta série de artigos a respeito deste importante tema que imagino
ser de importância na vida de todos nós. Foi minha intenção repassar aos
leitores as experiências próprias. Espero ter de contribuído. Na semana
vindoura falaremos sobre Previdência e o tema será “Envelhecer com dignidade”. Até lá.
Disk-notícia:(55)9 9664.2581