AGESG aciona MP para anulação de Lei aprovada pela Câmara Municipal
O Presidente da Agência Municipal de Regulação –AGESG, Renato Varella, encaminhou ao Ministério Público, no dia 30 de setembro, um documento solicitando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade diante de uma Lei aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores de São Gabriel.
A Lei 4114 de 8 de julho de 2020 surgiu
da Proposta de Lei 014/2020 do vereador Rossano Farias em janeiro deste ano. Ela
determina a proibição da taxa de religação de água por parte da concessionária São
Gabriel Saneamento em caso de corte por inadimplência.
“Aos olhos dos leigos essa Lei
parece muito boa e a agência seria a primeira a louvá-la se ela não fosse
ilegal e não viesse a prejudicar todos os usuários. Porém, hoje, ela fere
diretamente uma Lei Federal e é inconstitucional”, explicou Varella. O
Presidente da AGESG se refere a Lei Federal 14015/2020, que discorre sobre o
tema.
Ele também explica que a Lei
Municipal, aprovada pelos vereadores gabrielenses em sessão extraordinária, se
não anulada, irá causar um pedido de reequilíbrio econômico por parte da
empresa: “Legalmente a empresa poderá e irá solicitar o reequilíbrio. Isso
acabará sendo dividido igualmente para todos os usuários e entendemos que quem
paga sua conta em dia não deve arcar com mais esse custo”, afirmou Renato
Varella.
A concessionária já declarou via
ofício encaminhado em julho deste ano para a AGESG que irá solicitar a
repactuação na tarifa, considerando o montante equivalente a 130 mil reais
anuais de prejuízo caso a Lei Municipal não seja anulada.
Desde o começo das tratativas do
Projeto de Lei a Prefeitura Municipal já havia dado seu veto total, porém o
mesmo foi derrubado pelos vereadores.
“Nós somos solidários à população
que, principalmente neste período de pandemia, não consegue arcar com o pagamento
das suas contas de água. Mas justamente por isso é que, desde agosto e enquanto
durar a situação de calamidade, por determinação do Prefeito, a concessionária
não faz a cobrança desta taxa. O que não podemos é tornar isso regra mesmo
depois disso tudo passar, senão todos nós pagaremos esta conta”, finalizou
Renato Varella.
A Agência Municipal de Regulação
de São Gabriel aguarda agora o posicionamento do Ministério Público.
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