CPI da Santa Casa ouve ex-dirigentes e atual responsável pelo RH sobre situação da instituição
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Santa Casa de São Gabriel ouviu na segunda-feira, 20 de maio, três depoentes: Luiz Carlos Venturini Dotto, ex-provedor da instituição; Sinval Teixeira, ex-chefe do setor de Recursos Humanos; e Camila Brum Corrêa, atual gestora de RH. Estiveram presentes os vereadores Moisés Marques (PDT), presidente da CPI, Ladislê Teixeira (PSB), relator, e Adão Santana (PL), secretário ad hoc.
Durante o depoimento, Dotto afirmou que, nos períodos em que esteve à frente da provedoria (2013–2015 e 2018–2020), não houve atrasos salariais nem de pagamento a fornecedores. Declarou ainda ter adquirido bens e reformado setores com recursos próprios da instituição, negando desvio de finalidade. Também apresentou à CPI documentação do Ministério Público arquivando denúncia contra sua gestão, afirmando que as despesas foram superiores aos repasses recebidos. Dotto alegou ainda que foi impedido judicialmente de acessar as dependências da Santa Casa após seu afastamento.
O ex-chefe do RH, Sinval Teixeira, que atuou na Santa Casa por quase três décadas, relatou que apenas durante a década de 1990 houve crise semelhante à atual, com greves e parcelamentos de encargos. Ele confirmou que alguns provedores receberam honorários durante suas gestões, mediante acúmulo de funções, e defendeu a presença de um administrador hospitalar com formação específica, o que nem sempre ocorreu. Teixeira também apontou a necessidade de dimensionamento adequado do quadro funcional conforme a realidade de férias e ocupação hospitalar.
Já a atual responsável pelo setor de Recursos Humanos, Camila Brum Corrêa, informou que a Santa Casa conta com 635 funcionários, sendo 614 em atividade. Ela confirmou que há atrasos nos períodos aquisitivos de férias, mas que mensalmente de 30 a 40 servidores estão sendo colocados em gozo, conforme a possibilidade operacional.
A CPI investiga a real situação financeira da Santa Casa e os motivos que levaram à atual crise, com falta de insumos, atrasos salariais e dívidas trabalhistas, destacando que o objeto de investigação da comissão está dentro do interesse público.
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