Vereadores debatem trânsito de cavalos e desfile farroupilha após caso de maus-tratos em São Gabriel
A sessão de terça-feira (25) do Poder Legislativo de São Gabriel foi marcada por manifestações sobre o episódio ocorrido no último domingo (24), quando um homem foi preso pela Brigada Militar após agredir um cavalo na Rua Maurício Cardoso. O caso motivou debate entre os vereadores sobre a circulação de cavalarianos na cidade e a realização do desfile farroupilha.
A vereadora Jana França (PSB) apresentou um anteprojeto que propõe regulamentar a circulação de cavalos em vias públicas. A medida não prevê proibição, mas sugere restrições de horário para preservar o bem-estar dos animais e garantir segurança à comunidade. Jana destacou que situações de maus-tratos se repetem nos dias que antecedem o desfile, quando grupos de cavalarianos permanecem até a noite nas ruas.
O vereador Kiko Lopes (PRD) apoiou a iniciativa, mas ressaltou que a definição de horários deve considerar a logística dos desfiles e a participação dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e da Coordenadoria Tradicionalista Municipal (CTM). Ele afirmou que parte da comunidade defende a transferência do desfile para o período da manhã, como já ocorre em outras cidades.
Juliana Medeiros (PL) também defendeu restrições, mas ponderou que a decisão deve ouvir a maioria da população e as entidades tradicionalistas. Para ela, o episódio de maus-tratos não pode ser usado para generalizar o movimento gaúcho, que, segundo destacou, mantém forte caráter cultural e educativo.
Adão Santana (PL) reforçou que o Movimento Tradicionalista Gaúcho já prevê regras de conduta e punições a cavalarianos que descumprirem normas, inclusive podendo ser impedidos de participar de desfiles. Ele lembrou que a Carta de Princípios do MTG, de 1961, já condenava práticas de maus-tratos a animais.
Éder Barboza (Podemos) destacou que a decisão sobre os horários e regras cabe à CTM e aos patrões de CTGs, eleitos democraticamente, mas concordou que o caso do último domingo não representa o tradicionalismo. Ele informou ter conversado com a coordenação da CTM, que estuda recusar a participação do envolvido no desfile de 20 de setembro.
Já Vagner Aloy Rodrigues (União) questionou a ausência de posicionamento público do movimento tradicionalista sobre o caso. Ele ressaltou que a Prefeitura repassou recursos para as entidades realizarem os festejos e cobrou maior rigor das patronagens na seleção de integrantes, inclusive com análise de antecedentes criminais.
Apesar das divergências sobre horários e logística, os vereadores foram unânimes em condenar o episódio de maus-tratos e defenderam a preservação da tradição gaúcha com responsabilidade no trato dos animais e segurança para a comunidade.
Disk-notícia:(55)9 9664.2581