Coluna-Ponto-de-Vista-1

Da Capital ao Pampa

Por Carlos Ismael Moreira – Jornalista 

Algo estranho na água

Na última coluna, trouxe o argumento do procurador jurídico do município, Everson Dornelles de Dornelles, para rebater a alegação da Corsan quanto à falta de experiência da Revita, contratada emergencialmente pelo executivo e com registro no CREA-RS de apenas dois meses. Segundo ele, a mesma empresa administra há algum tempo o abastecimento de água em Manaus/AM. Contudo, numa breve pesquisa na internet pude comprovar que a distribuição de água naquela cidade é feita pela Águas do Amazonas, pertencente ao grupo Solví, o mesmo que controla a Revita.

Resolvi, então, buscar mais informações que apontassem a atuação da Revita no ramo de saneamento. Porém, o único dado que encontrei foi o registro para “captação, tratamento e distribuição de água”, descrito como atividade secundária no comprovante de situação cadastral da empresa no CPNJ. O site do Solví descreve o grupo como uma holding que controla empresas nos ramos de resíduos, saneamento e valorização energética. Mas a Revita não consta na lista das controladas. Um relatório anual do Solví mostra a cisão parcial da Vega Engenharia, outra empresa do grupo, com destinação de seu acervo líquido contábil para Revita. Essa é uma das poucas menções a Revita no site do grupo.

A relação de acervo profissional do engenheiro responsável da Revita, Lucas Quintas Radel, traz uma série de trabalhos em nome da Revita e da Vega, porém, todos relacionados à área de resíduos, ou seja, lixo. Chama atenção também que, no site do Solví, a página que descreve sua atuação na área de saneamento indica apenas a Águas do Amazonas como empresa do grupo no ramo.

Como não encontrei nada que pudesse comprovar a experiência da Revita no serviço de distribuição de água, fiquei na dúvida. Será que o procurador se enganou? 

Oportunidade pelo ralo

Essa semana o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que utiliza a nota do ENEM para selecionar candidatos ao ingresso em cursos de 51 instituições públicas de ensino superior no país, realizou a segunda etapa de inscrições para as vagas remanescentes da primeira fase. Na fronteira-oeste, a alta concorrência para as graduações da UNIPAMPA surpreendeu, mas a disputa acirrada não se refletiu no número de matrículas. A grande maioria dos selecionados não foi até a Universidade para confirmar sua inscrição.

No campus de São Gabriel, por exemplo, das 50 vagas oferecidas para Biotecnologia apenas oito foram preenchidas. Para Engenharia Florestal ainda restam 39 das 50 vagas ofertadas. A graduação de Gestão Ambiental teve 16 confirmações. O curso de Ciências Biológicas encerrou a primeira etapa com 20 matriculados. Em São Borja, apenas um entre os 50 selecionados para Publicidade e Propaganda se matriculou.

Aqueles que se classificaram na primeira fase e não confirmaram ingresso na Universidade não podem participar das próximas etapas. O período de matrículas para os que conseguiram vaga agora encerra na próxima sexta-feira (26/02). Entre 01 e 03 de março ocorre a última fase de inscrições para as vagas que sobraram. Em um cenário cada vez mais competitivo, não se pode deixar uma oportunidade como essa escorrer pelo ralo.


Colunas anteriores:
http://www.colunapontodevista.com/2010/02/guerra-de-agua.html
http://www.colunapontodevista.com/2010/02/sisu-concorrencia-bagual.html

2 comentários:

  1. Eu gostaria de ler o artigo citado na matéria, que traz o argumento do Procurador Jurídico do Município sobre a experiência da Revita

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  2. Prezado leitor,
    O que ocorre é a coluna começou a ser reproduzida neste blog a partir da terceira edição. As duas colunas anteriores já foram enviadas ao colega Anderson Almeida que irá postá-las em breve.
    De qualquer forma, o leitor pode encontrar a coluna anterior no jornal Tribuna Popular do dia 13.02.2010.
    Atenciosamente,
    Carlos Ismael Moreira

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