Petrobras dispara com avanço de Serra em pesquisas
Candidato do PSDB é visto como melhor administrador público por analistas do mercado
As ações da Petrobras subiram 2,8% e atingiram a maior cotação desde julho |
A Petróleo Brasileiro SA teve hoje a maior alta em duas semanas depois que pesquisas eleitorais mostraram que o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira à Presidência, José Serra, aproximou-se da candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, nas intenções de voto para o segundo turno.
A Petrobras subiu 2,8 por cento, para R$ 26,44, a maior alta para o fechamento nas últimas duas semanas. O petróleo caiu 0,4 por cento em Nova York.
O ex-governador de São Paulo está 4,6 pontos percentuais atrás de Dilma, de acordo com a pesquisa Sensus divulgada hoje pela Confederação Nacional dos Transportes. Na votação final do primeiro turno, a vantagem da ex-ministra-chefe da Casa Civil foi de 14 pontos sobre Serra.
Investidores, receosos de que Dilma possa usar a Petrobras para que o governo atinja suas metas sem se preocupar com os lucros da empresa, podem estar apostando na vitória de Serra, segundo a Deltec Asset Management, a Teórica Investimentos e a Spinelli Corretora.
"Há um empate técnico", disse Max Bueno, analista da Spinelli em São Paulo. "Isto pode ser visto positivamente. Ele não é somente menos intervencionista; Serra teria mais responsabilidade fiscal e cortaria despesas."
Serra ficou com 47,7 por cento das intenções de voto, enquanto Dilma teve 52,3 por cento, na pesquisa Sensus com 2.000 pessoas feita entre os dias 11 e 13 de outubro. O levantamento tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais. No primeiro turno, Serra teve 33 por cento dos votos e Dilma, 47 por cento. Outras pesquisas feitas nos últimos dias pelo Ibope, Datafolha e Vox Populi também mostraram um crescimento da candidatura de Serra.
"Mais intervencionista"
"Uma presidência de Dilma será vista como mais intervencionista", disse Greg Lesko, que ajuda a administrar cerca de US$ 750 milhões na Deltec em Nova York.
O Barclays Plc cortou a recomendação para as ações da Petrobras na semana passada, citando receios de que a interferência do governo na estatal afete os lucros da companhia, em meio à tentativa da administração federal de atingir metas de desenvolvimento econômico e social.
"Um possível governo Serra teria melhor qualidade de administração pública", disse Rogério Freitas, que ajuda a administrar US$ 56 bilhões na Teórica no Rio de Janeiro. "Isso pode ser positivo para todas as estatais, não apenas a Petrobras, mas também a Eletrobras."
As ações da Centrais Elétricas Brasileiras SA subiram 0.9 por cento para R$ 29,21, a maior cotação desde 25 de junho.
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