Coluna-Ponto-de-Vista-1

Dicas de Vídeo com Marco Medina

“PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM”
A NOVA PRODUÇÃO DÁ UM ‘PUXÃO DE ORELHAS’ NA COMUNIDADE CIENTÍFICA E CHAMA A ATENÇÃO PARA OS LIMITES QUE DEVEM SER IMPOSTOS À PESQUISA COM ANIMAIS

     Em 1968, o público lotou os cinemas para assistir o que prometia ser um dos melhores filmes de ficção dos últimos tempos. “O PLANETA DOS MACACOS” chegava para deixar as pessoas boquiabertas e admiradas com a perfeição da maquiagem que humanizou os símios. Na versão original, astronautas, por um erro operacional, viajam no tempo e aterrissam num planeta dominado por macacos, no ano de 3978. Entre muitas seqüências de aventura e revelações, a grande surpresa aparece no desfecho da trama: o estranho mundo era o próprio planeta Terra num futuro distante. Produziram mais quatro seqüências e duas séries de TV foram inspiradas pelo filme original. Uma delas era em desenho animado. Em 2001 lançaram uma refilmagem que foi um desastre, por conta das várias alterações no roteiro original. Mesmo depois de tudo isto, a pergunta continuava no ar: como os símios tomaram conta? O que aconteceu antes?
     A resposta chega agora, mais de 40 anos depois, na mega-produção “PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM”, sucesso absoluto de público e crítica.
     Na trama desta nova versão, após um experimento fracassado liderado pelo cientista vivido pelo ator James Franco, apenas uma das cobaias da pesquisa sobrevive. Temendo pelo futuro de um macaco recém-nascido, o cientista resolve levá-lo para sua casa e acaba criando o animal a quem dá o nome de César. Graças a uma poderosa droga que se instalou no DNA do primata – ALZ112, uma possível cura para o Mal de Alzheimer -, César acaba desenvolvendo uma inteligência superior, demonstrando capacidades cognitivas impressionantes. Tudo muda quando o animal se envolve num acidente e é levado para longe do seu criador.
     O filme já arrecadou o suficiente para comprovar que conquistou as platéias do mundo inteiro, não só pela perfeição dos efeitos de última geração, mas porque também toca na sensibilidade de quem o assiste. Repleto de metáforas, apresenta um primata com expressões e sentimentos humanos que demonstra toda a sua revolta ao ser traído pelos homens.
     Numa sacada genial do roteirista, surge uma cena em que o macaco César descobre que um outro símio – companheiro de cárcere - conhece a linguagem de sinais, permitindo que o público entre na mente dos dois primatas para perceber o quanto eles são capazes de entender sua situação, equiparando a sua condição a dos humanos – fato normalmente esquecido pela sociedade que, atualmente, parece fazer mais “macaquices” que os próprios macacos.     
     Quase ao mesmo tempo em que este sucesso aterrissava nas salas de cinema do mundo todo, decolava para a imprensa mundial uma notícia que deixa atenta a comunidade científica internacional, em especial, a envolvida em experimentos com primatas não-humanos.  
     A Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha está pedindo ao governo que estipule regras estritas às pesquisas médicas com animais, porque aprofundar estes experimentos mexe com três áreas particularmente “delicadas”: a cognitiva, a de reprodução e a criação de características visuais que se percebam como humanas. O medo é que a introdução de um grande número de células cerebrais humanas no cérebro de primatas, de repente, faça com que estes animais adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente dos humanos, como a LINGUAGEM.
     A academia atenta para outra questão fundamental: o fato de povoar o cérebro de um macaco com células humanas, pode resultar em um animal com capacidade cognitiva humana, a CONSCIÊNCIA, por exemplo.
     Acho pouco provável, porque é uma área que está além do entendimento da ciência tradicional. Talvez pudéssemos explicá-la - ou chegarmos próximos do entendimento – usando fundamentos da física quântica, algo que estaria fora do cérebro, portanto, muito distante das 3 dimensões conhecidas por nós. Assunto proibido entre os neurocientistas por mais de 20 anos, porque consideravam subjetivo demais, difícil acreditar que algo tão complexo e enigmático como a consciência possa ser adquirida por um símio.       
     Não vamos falar aqui do custo-benefício das pesquisas com animais, porque acabaremos atolados num dilema moral do qual não será fácil sair, considerando que o processo todo traz à tona um tema polêmico e nevrálgico: o sofrimento das cobaias - assunto que me deixa com um nó na garganta. Em se tratando de animais, eles estão em pé de igualdade com os seres humanos, porque possuem sistemas nervosos amplamente capazes de sofrer.   
     Então, vamos nos limitar a recordar os inúmeros benefícios adquiridos pelo uso de animais nestas pesquisas e experimentos. Graças a eles, nos últimos cem anos, milhões de mortes foram evitadas em função da criação e aprimoramento de medicamentos que melhoraram e/ou prolongaram a vida. E foram peças-chave na compreensão de inúmeras patologias humanas.
    Dentro destes experimentos, talvez o melhor exemplo para justificar o uso de macacos nas pesquisas, seja o projeto do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Utilizando conhecimentos avançados da neuroengenharia, ele desenvolve uma neuroprótese que comandará um exoesqueleto, espécie de “armadura” que ficará acoplada e envolverá todo o corpo de um tetraplégico, fazendo-o andar com a ajuda de impulsos cerebrais. Estes “comandos” cerebrais de uma pessoa com deficiência, passarão por um decodificador que acionará o mecanismo deste “traje robótico”, permitindo que este tetraplégico – segundo ambiciona Nicolelis - dê o chute inicial no jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, em pleno estádio do Maracanã.
     Grande avanço para a ciência, mérito e reconhecimento para o nosso cientista e um grau de satisfação e felicidade que talvez nem o próprio deficiente consiga descrever, dada a sua nova condição. Mas, para que isto fosse possível, o projeto envolveu um grupo de 4 macaquinhas na Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA. Jornalistas ao redor do mundo tentaram publicar fotos destas “heroínas”, mas isto não foi possível, porque as normas da universidade proíbem. Motivo: eles têm medo que as imagens despertem a fúria das associações protetoras dos animais.
     Você já deve estar imaginando por quê...   
     Cientistas costumam se manter longe de polêmicas. Estão acostumados a driblar os protestos destas associações. A grande e verdadeira preocupação parece residir na capacidade de aprendizagem dos macacos. O temor é que no futuro apareçam macacos falantes. 
        Em experimentos feitos em laboratórios e Centros de Estudos de Primatas do mundo inteiro, o resultado das observações já deixou profissionais experientes de “cabelo em pé”. Por exemplo, já foi constatado que nossos “parentes” genéticos –  semelhantes a nós em 99% - têm a capacidade de premeditar as ações. Numa pesquisa de observação à distância, os cientistas testemunharam a rotina de um macaco velho em um zoológico. O animal passava o dia inteiro juntando pedrinhas e depositando-as num canto da jaula para atirá-las nas pessoas quando fossem abertos os portões do zôo à visitação. Uma espécie de advertência “verbalizada” à maneira dele, como se dissesse: “não invadam meu território!”; outros, desenvolveram a habilidade de desarmar armadilhas humanas sem que ninguém ensinasse. E, o mais famoso de todos, Nim Chimpsky, um chimpanzé que aprendeu a linguagem completa de sinais (a mesma usada por pessoas surdas) e fazia o gesto de “desculpas” para seus companheiros símios depois de alguma confusão na jaula comunitária que dividiam.
     Talvez isto nos indique que os primatas não-humanos estejam a um passo de usarem com mais propriedade seu sistema cognitivo.
     Vem destas experiências com macacos a dor de cabeça e possíveis desavenças dentro da própria comunidade científica. Já se presume que alguns cientistas irão compor o time dos “contra” os experimentos que envolvem o sistema cognitivo dos primatas, enquanto que os “a favor” já devem estar municiados de argumentos como auto-limite e responsabilidade, quando em verdade, nem eles mesmos sabem com certeza se vão conseguir cumprir as regras impostas pelos próprios colegas, pois a tentação obsessiva de atingir resultados surpreendentes pode anestesiá-los, fazendo-os ultrapassar a linha tênue que existe entre a pesquisa responsável e o “vamos ver no que vai dar...”, movidos por uma vaidade que se alimenta de láureas e reconhecimento. Se eles deixarem que seus egos sejam massageados pelas mãos dessa vaidade, as coisas podem não sair como eles imaginam, e o que poderia ser uma produção científica edificante, pode se transformar num filme de terror da vida real, tendo os cientistas no papel de vilões e os macacos como uma espécie de pseudo-heróis de um desastre científico.
     Qual será o próximo passo? Que fazer com um símio que foi transformado numa criatura bizarra, conseqüência de um experimento que trouxe um resultado indesejável, um “Frankstein” do Mundo Animal? Só existe uma saída: o sacrifício.
      Porém, o sacrifício deste primata que não deu certo, sairá caro para os envolvidos, porque o fruto desta imprudência será um doloroso e profundo sentimento de culpa por terem mexido onde não deviam, e por permitir que símios sejam confrontados com a percepção de uma realidade que não condiz com a natureza deles.
     Arrependidos, estes cientistas – que estão sempre a se perguntar “quem somos nós?” - ainda terão de reconhecer, constrangidos, que o filósofo Konrad Lorenz já tinha a resposta para a pergunta deles: “somos alguma coisa que ficou entre o macaco e o ser humano”.     
     Não devemos forçar o tempo de cada um. Humanos e macacos tem seu próprio ritmo. Cada coisa tem seu momento de maturação, e isto vale para todas as situações que vivenciamos. Quando apressamos, acabamos debilitando o resultado do processo. Então, o ideal é que nossos parentes ancestrais permaneçam em seu próprio mundo, “verbalizando” seus sentimentos e tentativas de comunicação com os seres humanos, cada um à sua maneira, como sempre foi, desde que o mundo é mundo.    
     Se eles merecem uma evolução sadia, esta não se dará pela mão do homem. A sábia natureza, que versa muito bem sobre a perfeita ordem das coisas, promoverá este salto evolutivo.      Até que este dia chegue, o ideal é que humanos e macacos continuem, cada um, em seu próprio galho.      

    Um abraço fraterno aos leitores. Até a próxima!

CONFIRA AS PROMOÇÕES DA 2M VÍDEO NO FINAL DA COLUNA   

PASSE LIVRE: esqueça o que você já viu nas comédias lançadas nos últimos anos. Esta inovou no argumento – que em outras produções chega a ficar repetitivo -, e nos traz um apelo novo em termos de diversão ao apresentar dois amigos que estão entediados com a rotina matrimonial e, acredite se quiser, são “presenteados” pelas esposas com uma semana de folga do casamento. Livres das obrigações de casados, os amigos Rick e Fred, interpretados pelo impagável Owen Wilson e o talentoso Jason Sudeikis, saem para o mundo em busca de aventuras. Só que... rapidamente descobrem que seus conceitos sobre a atual vida de solteiro estão completamente fora de sincronia com o que eles descobrem lá fora. Uma cena hilária que acontece numa piscina vale toda a produção. Quer confirmar? Assista ao filme!
Gênero/tema: comédia/relacionamento                                     tempo: 105 minutos

O TURISTA: nos créditos do filme já temos dois bons motivos pra não deixar de vê-lo: o casal de protagonistas é Angelina Jolie e Johnny Depp, e a produção recebeu 3 indicações ao Globo de Ouro, o Oscar europeu. Ao dizer que o filme é “uma fuga sensual e exuberante”, a emissora CBS Dallas sintetizou bem o que o público vai ver na tela. Depp interpreta um professor americano que passa férias em Veneza, e que acaba ficando amigo da personagem de Jolie. O que no início se tornara um flerte divertido e sem muito compromisso, acaba se tornando uma relação perigosa. De repente, os dois se vêem perseguidos pela Interpol, pela polícia italiana e por atiradores russos. É aí que o público começa a se perguntar qual a ligação dos personagens com o elemento oculto contido nesta bem tramada história, repleta de perseguições, efeitos especiais e um suspense de tirar o fôlego e, o melhor, que é desvendado só no final. Imperdível!
Gênero/tema: ação-suspense/intriga                                          tempo: 103 minutos

CISNE NEGRO: se você não gosta de drama, não assista a este filme. Mas, se você está a fim de extasiar-se com um misto de drama e suspense psicológico – que chega às raias da loucura -, torna-se uma obra indispensável. Vencedor do Oscar 2011 na categoria Melhor Atriz, Natalie Portman mostra a que veio e dá um show de interpretação nesta história envolvente, e que traz uma carga de dramaticidade fora do comum. Natalie, inclusive, fez um ano de “laboratório” para poder interpretar da melhor maneira possível a personagem, porque ela sabia, logo que leu o roteiro, que o trabalho seria árduo em função da conturbada personalidade de Nina, uma bailarina extremamente talentosa, mas que se torna perigosa pela instabilidade emocional, e que está às portas do estrelato. Pressionada por seu diretor artístico (Vincent Cassel) e ameaçada por uma sedutora bailarina rival (Mila Kunis), o laço frágil que prende Nina à realidade se desfaz, arremessando-a num pesadelo de olhos abertos. É, indiscutivelmente, a melhor interpretação da carreira de Natalie Portman.         
Gênero/tema:suspense-drama/rivalidade                                tempo: 108 minutos

CAÇA ÀS BRUXAS: Nicolas Cage é um camaleão. Numa hora ele é um traficante internacional de armas, noutra ele encarna um pai atrapalhado e confuso e, se facilitar, ele representa um sujeito cheio de poderes e mistérios, como foi em “O Aprendiz de Feiticeiro”. Agora, retorna em um novo trabalho na pele de Behmen, um cavaleiro que, depois de vários anos lutando nas Cruzadas, perdeu algumas batalhas, muitos amigos e até a fé. De volta à sua terra natal, ele encontra uma Europa devastada pela fome e pela peste negra. Neste mundo de destruição ele se une a um grupo de guerreiros encarregados de levar uma menina, suspeita de ser bruxa, para um monastério distante. Até aí seria uma missão relativamente fácil, não fosse pelos fenômenos sobrenaturais que se sucede ao longo do caminho, mostrando que a jovem e seus poderes podem ficar muito além da nossa compreensão. Uma combinação perfeita de aventura, suspense e mistérios que vão surgindo ao longo da trama, temperado pelo capricho da produção, cenários perfeitos e pelo talento de Cage que conduz o personagem de maneira brilhante.
Gênero/tema: suspense-aventura/poderes sobrenaturais       tempo: 94 minutos     

2M VÍDEO
MASCARENHAS DE MORAES, 642 / 3232-6419
14 ÀS 22 Hs

PROMOÇÃO PERMANENTE

SEGUNDA À QUINTA > 2 FILMES > DEVOLUÇÃO EM 48 HORAS

SEXTA-FEIRA > PACOTE C/4 FILMES > PAGUE 3 > DEVOLVA SEGUNDA

SÁBADO > PACOTE C/4 FILMES > PAGUE 3 > DEVOLVA TERÇA-FEIRA

OBS: OS “PACOTES” TAMBÉM SÃO VÁLIDOS DE SEGUNDA À QUINTA,
COM PRAZO DE DEVOLUÇÃO EM 48 HORAS.

APROVEITE PARA LOCAR NA TERÇA-FEIRA (06.09, VÉSPERA DE FERIADO) E DEVOLVA SOMENTE NA QUINTA-FEIRA (08.09)

2 comentários:

  1. Parabéns a coluna, por contar com o ponto de vista excelente, desse escritor culto e inteligente!

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  2. Muito interessante o tema abordado.Precisamos abrir os olhos para esse tipo de assunto que passam despercebidos.

    Alexandre.

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